Lubango - As populações que residem ao redor dos memoriais de Cassinga e Tchihetekela, no município da Jamba, na Huíla, terão, em 2023, apoio do governo da Namíbia, como agradecimento da ajuda que esses prestaram a guerrilheiros namibianos durante a luta pela independência.
Trata-se de apoio em bens alimentares e vestuário, bem como de material didáctico as crianças, para proporcionar um ensino e aprendizagem, deu a conhecer hoje, domingo, no Lubango, o ministro da defesa e assuntos dos veteranos da república da Namíbia, Frans Kapofi.
O também presidente da comissão de alto nível de delegação da Namíbia fez esse pronunciamento num encontro bilateral entre os dois países, como resultado da constatação, no sábado, das obras do monumento histórico de Cassinga e Tchiheketela.
Segundo disse, o projecto da construção de dois memoriais, retomado em Abril de 2021, destinado ao legado da relação entre os dois países, encontra-se numa fase "muito" avançada e à beira da conclusão.
"O nosso e nosso encontro de hoje, após a constatação in loco das obras, vai abrir caminhos para reforçar a cooperação no futuro", disse.
Considerou que este factor representa igualmente o símbolo de solidariedade do governo da república de Angola que permitiu a construção desses patrimónios históricos, mas também com a contribuição financeira do projecto.
Por sua vez, o secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, André Tchikanha, sublinhou que a construção dos monumentos históricos de Tchihetela e de Cassinga representa a mais emblemática forma de dignificar os heróis angolanos e namíbianos que tombaram nas diversas batalhas pela conquista e preservação das independências de Angola e da Namíbia.
Lembrou que esses monumentos vão imortalizar o massacre perpetrado pelas Forcas Armadas sul-africanas do Apartheid, a 4 de Maio de 1978.
Por este facto, reforçou, regozija-se com a cooperação existente no domínio da defesa nacional, antigos combatentes e veteranos da pátria, isto é, perspectivando os legados históricos militares.
"O governo angolano reafirma a materialização da construção do monumento de Cassinga, cujo grau de execução das obras é satisfatório como constatamos in loco na visita feita", sublinhou.
Os memoriais visam homenagear os refugiados namíbianos e os cidadãos angolanos mortos pelo exército do antigo regime de segregação racial sul-africanas em 1978, em que gerrilheiros namibianos refugiados na Jamba, foram perseguidos e assassinados a 04 de Maio daquele ano, em que foram vítimas mais de 600 pessoas, entre civis e militares, tendo sido sepultados em valas comuns.