Dundo – O governador da Lunda Norte, Ernesto Muangala, disse hoje, sexta-feira, que o ex- presidente da República, José Eduardo dos Santos, foi um homem de reconciliação, de perdão, visionário, estratega e “será recordado para sempre como um bom patriota”.
Reagindo a morte do antigo estadista angolano, ocorrido esta tarde em Barcelona, Espanha, Ernesto Muangala sublinhou que o mundo continuará a admirar a capacidade reconciliadora e de perdão de José Eduardo dos Santos e pela forma como, através da sua visão estratégica, os angolanos alcançaram a paz no dia 4 de Abril de 2002, sem a participação de outros Estados.
Disse que José Eduardo é também o timoneiro da reconstrução nacional, pois que com a conquista da paz, transformou o país num verdadeiro canteiro de obras, com a construção de centralidades, escolas, caminho de ferros, estradas, unidades sanitárias, entre outras.
“Neste momento difícil de dor e de luto, queremos dizer muito obrigado camarada presidente por tudo que fez pelos angolanos, pelos quadros que mandou formar no exterior do país e que hoje servem Angola”, frisou.
Por seu turno, o comité provincial do MPLA na Lunda Norte, considera, em nota de condolência, José Eduardo dos Santos um político convicto, patriota e líder africano que deixou marcas indeléveis, pela sua capacidade de mediação de conflitos no continente.
“Perdemos um patriota propenso a paz, ao dialogo, a reconciliação, a inclusão e ao perdão, que marcou a história do nosso país”, lê-se na nota.
Perfil
José Eduardo dos Santos chegou ao poder em Setembro de 1979, na sequência da morte do Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
Ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.
Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA, partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.
Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.