Nações Unidas - Quase cinco milhões de haitianos enfrentam actualmente insegurança alimentar aguda e mais de 1,6 milhão são considerados em situação de emergência, segundo números divulgados pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).
O país vive a pior crise de segurança alimentar desde o terramoto de 2010, confirmou à imprensa o chefe do PAM no Haiti, Jean-Martin Bauer, ao pedir mais apoio à crise gerada pela violência.
Segundo o representante da ONU, a população dá prioridade à segurança, enquanto as acções dos bandos armados afectam tanto o pessoal humanitário como os habitantes locais.
Números da Organização Internacional para as Migrações asseguram que dos 360 mil haitianos que deixaram as suas casas, mais de 100 mil deles deixaram Porto Príncipe só em Março.
O êxodo da capital está a afectar especialmente o sul do país, onde as infra-estruturas são limitadas, o que agrava a crise alimentar, acrescentou o responsável do PAM.
Apesar da criação de um Conselho de Transição e da nomeação de um novo primeiro-ministro, Bauer descreveu a última fase do país como violenta e instável.
Ainda há um sentimento de crise, confirmou o especialista ao alertar sobre a próxima temporada de furacões no Atlântico, que deverá ser muito activa este ano.
Acrescentou que os preços dos alimentos na capital aumentaram quase 30 por cento desde Janeiro, representando mais um golpe para a população.
Entretanto, o director nacional do PAM apelou à comunidade internacional para apoiar o Haiti, cujo plano de resposta humanitária de 674 milhões de dólares (1 dólar equivale a KZ 854,50) mal atingiu 22 por cento. JM