Washington - A vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse quarta-feira que o Governo e os vários Estados têm de "traçar o caminho" para diminuírem a violência armada no país e prometeu aos legisladores que "não estão sozinhos" nesse esforço.
A Casa Branca recebeu quase 100 legisladores de todo o país, no primeiro encontro organizado pelo gabinete federal de prevenção da violência armada, lançado em Setembro último pelo Presidente Joe Biden.
Com a sua vice-presidente a salientar "a responsabilidade e o dever de traçar o caminho para se chegar onde é preciso.
"Existem melhores práticas para sermos justos, incluindo não apenas o que se escreve em termos de propostas de legislação, mas como pensamos sobre o trabalho que fazemos, como pensamos sobre as mensagens a passar e sobre o empoderamento das pessoas", disse Harris.
Kamala Harris rejeitou ainda um eventual dilema entre a proibição das armas de assalto e a oposição à Segunda Emenda da Constituição norte-americana, que estabelece que o direito dos cidadãos à guarda e posse de armas não deve ser infringido, pese uma força bem regulada ser necessária à segurança de um Estado livre.
"Sou absolutamente a favor da Segunda Emenda. E também sou a favor da proibição de armas de assalto", esclareceu.
Já a directora do gabinete federal de prevenção da violência armada, Stafanie Feldman, adiantou que os legisladores têm mostrado vontade de "fazer mais para reduzir a violência armada", mas é preciso perceber "o que devem fazer e como".
O encontro reuniu legisladores de 39 estados, incluindo o de Nevada, onde, na semana passada, um homem armado matou três professores e feriu um quarto na Universidade de Nevada, em Las Vegas, num incidente que se prolongou por 10 minutos.
Biden já designou a violência armada como "a super-tempestade definitiva", que afecta não só as vítimas como os membros da comunidade em que estão inseridas.
Defendeu uma resposta semelhante à dos desastres naturais, com o Governo a agir de forma centralizada e a disponibilizar recursos para as comunidades.
A violência armada é um dos temas da campanha de Biden para as Eleições Presidenciais de 2024, face à preocupação demonstrada pelos eleitores mais jovens.
Antes da reunião, o Departamento de Justiça apresentou uma legislação modelo sobre o armazenamento seguro de armas e sobre a denúncia de armas de fogo perdidas e roubadas, na sequência dos tiroteios desencadeados por armas perdidas ou desaparecidas.
Pelo menos 217 pessoas já morreram neste ano nos Estados Unidos neste ano na sequência de tiroteios, sem incluir os atiradores, de acordo com os dados reunidos pela Associated Press e pelo portal USA Today, em parceria com a Universidade Northeastern, sediada em Boston, no estado norte-americano de Massachussets. GAR