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Guerra na Ucrânia provocou "aumento drástico" de pessoas com deficiências

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  • Luanda • Sexta, 15 Novembro de 2024 | 17h08
Mapa da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia
Mapa da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia
Divulgação

Genebra - O número de pessoas com deficiências físicas teve um "aumento drástico" na Ucrânia, com todos os feridos de guerra que precisam de cuidados a longo prazo, alertou hoje a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Desde Fevereiro de 2022, data da invasão russa da Ucrânia, 300 mil pessoas foram registadas como deficientes no país, referiu em comunicado a MSF, apontando casos de pessoas feridas por explosões e estilhaços, que tiveram membros amputados e precisam de cuidados especializados, segundo o site Notícias ao Minuto.
 

O aumento da procura dos serviços de reabilitação adicionou uma pressão acrescida no sistema de saúde do país. Em resposta, a MSF lançou um projecto de reabilitação precoce no hospital de Cherkasy, no centro da Ucrânia, em Março de 2023.

Esse projecto inclui fisioterapia, apoio psicológico e cuidados de enfermagem para responder às necessidades dos feridos de guerra no processo de recuperação.

A organização internacional médica-humanitária partilhou a história de Ihor, de 27 anos, que está a receber tratamento médico há mais de um mês depois de ter sofrido vários ferimentos em bombardeamentos na região de Sumy. 

"À noite, a dor é insuportável. Já gritei de dor e até pedi para amputarem o meu braço", disse.

A Médicos Sem Fronteiras realça que muitos dos ferimentos tratados no hospital de Cherkasy, estão relacionados com explosões e o número de doentes com amputações de membros está a crescer.

"Os pacientes chegam com ferimentos graves nas pernas por terem pisado minas terrestres ou com ferimentos de estilhaços", afirmou a responsável pela fisioterapia da MSF, Blanche Daillet.

A MSF sublinha que a "reabilitação precoce visa melhorar a qualidade de vida dos doentes, estabilizar o seu estado emocional, reduzir a dor e prevenir as complicações a longo prazo frequentemente associadas a lesões graves, incluindo os riscos de infecção e atrofia muscular".

A organização afirma que está a trabalhar em estreita colaboração com o Ministério da Saúde ucraniano e com outros parceiros para se expandir a mais regiões, com o objectivo de diminuir o impacto dos ferimentos de guerra.

A guerra já dura há quase 1000 dias, depois de a Rússia ter atacado e invadido o território ucraniano.MOY/CS
 





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