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China recusou telefonema dos EUA porque atmosfera não era adequada

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  • Luanda • Sexta, 10 Fevereiro de 2023 | 10h23
Bandeira da China
Bandeira da China
Divulgação

Beijing - O ministério da Defesa da República Popular da China disse hoje que recusou um telefonema do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, após os Estados Unidos terem abatido um balão chinês, alegadamente usado para espionagem, porque Washington "não criou a atmosfera adequada" para o diálogo.

A acção dos EUA "violou gravemente as normas internacionais e estabeleceu um mau precedente", disse o porta-voz do ministério, Tan Kefei, em comunicado.

"Visto que esta abordagem irresponsável e gravemente errada dos EUA não criou a atmosfera adequada para o diálogo e para as trocas entre os dois exércitos, a China não aceitou a proposta dos EUA de realizar um telefonema entre os dois ministros da Defesa", frisou Tan.

Acrescentou que a China reserva-se ao direito de usar os meios necessários para lidar com situações semelhantes.

Beijing insiste que o objecto era um balão meteorológico, que se desviou do curso, mas não disse a qual entidade pertencia, nem avançou mais detalhes.

Depois de, inicialmente, expressar "arrependimento" pelo incidente, a retórica da China endureceu nos últimos dias, à medida que o FBI recolhe os destroços do balão, na costa do estado da Carolina do Sul, e os envia para o laboratório da polícia federal em Quantico, no estado de Virgínia, para investigação.

De acordo com a Beijing, os EUA "exageraram" ao abater o balão.

O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês rotulou a acção como "irresponsável" e disse que as alegações dos EUA fazem parte de uma "guerra de informação contra a China".

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, tentou, no sábado, discutir a questão do balão com o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, mas foi recusado, disse o Pentágono.

Após o incidente, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, cancelou uma viagem planeada a China, que visava estabilizar as relações bilaterais, que se deterioraram nos últimos anos, face a uma guerra comercial e tecnológica, e diferendos em questões de direitos humanos, soberania do mar do Sul da China ou o estatuto de Taiwan.

Os EUA contradizem categoricamente a versão dos eventos da China, apontando que as imagens do balão recolhidas por aviões norte-americanos U-2 mostraram que o balão estava equipado com meios para "conduzir à recolha de sinais de inteligência", incluindo múltiplas antenas e outros equipamentos, projectados para obter informações confidenciais.

Os EUA dizem que o balão faz parte de um enorme programa de vigilância aérea militar que visa mais de 40 países, sob a direcção do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China.





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