Luanda – O mercado de capitais angolano conta, a partir de hoje, com a primeira Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários, S.A denominada Áurea, com a sigla " Áurea-SDVM, S.A".
O cujo objectivo da Áurea-SDVM é a originação e estruturação de operações financeiras nos mercados primário e secundário, com vista a negociação de valores mobiliários.
Criada no quadro do Decreto Legislativo Presidencial n.º 5/13, de 09 de Outubro, que aprova o Regime Jurídico das Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Valores Mobiliários, a firma entra no mercado como alternativa às entidades que precisam de financiamento.
Lançada esta quinta-feira, em Luanda, a sociedade foi criada com um capital social de 610 milhões de kwanzas e é detida, maioritariamente, pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI) com 99,6% e de entidades particulares com 0,4% das acções.
Na apresentação pública da empresa, a presidente do Conselho de Administração, Ana Victor, realçou que a Áurea é a primeira Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários registada em Angola.
Na opinião de Ana Victor, apesar do mercado de capitais doméstico ser pouco profundo e com reduzido número de operadores com maturidade em especialidade, ainda assim a Áurea identificou um conjunto de oportunidades que permitiram a criação desta empresa.
Dentre as oportunidades destacam-se o crescente interesse dos investidores nacionais e internacionais em investirem no mercado angolano, uma política cambial focada na atracção de investidores não residentes e a captação de capitais estrangeiros.
Consta, igualmente, a criação de espaços para o surgimento de ofertas mais diversificadas e inovadoras, soluções de investimentos e poupanças no mercado, bem como o reconhecimento do mercado de capitais na estratégia de desenvolvimento do sector financeiro do país.
Na ocasião, o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, disse acreditar que a Áurea seja um real intermediário financeiro, na qualidade da entidade que faz a ligação entre os investidores e os que necessitam desse apoio.
Sobre este aspecto, o secretário de Estado adiantou que a Comissão de Mercado de Capitais (CMC), já transaccionou mais de nove mil milhões de kwanzas.
Por sua vez, a administradora da CMC, Ludmila Dange, considerou o surgimento da Áurea um passo para se atingir um mercado de capitais mais especializado e promover um maior volume de negócios a nível do sector.
Segundo a administradora, até 2023 o país passará a contar com mais 10 entidades de matriz de mercado de capitais, sendo quatro sociedades distribuidoras e seis correctoras de valores mobiliários.
De acordo com a responsável, a CMC tem 115 entidades registadas, dentre as quais, organismos de investimentos colectivos, peritos avaliadores de imóveis, agentes de intermediação e agora a Áurea.
Em declarações, o presidente do Conselho Executivo da Áurea, Kelson Cardoso, disse que a sua organização pretende ser uma referência do sector no mercado, já que os seus valores assentam na transparência, excelência, inovação e independência e qualidade na oferta.
Nesta perspectiva, o gestor afirmou que a Áurea se propõe em contribuir em três eixos relevantes, sendo o aumento do volume de transacção no mercado e o incremento da literacia financeira, o aumento da oferta dos produtos e um acesso mais facilitado ao mercado por via das tecnologias.
De acordo com o PCE, consta dos objectivos da Áurea criar produto no campo da originalização, promover produtos e alternativas para os investidores no mercado, bem como apresentar alternativas para as entidades que precisam de financiamento.