Luena – A capacidade de energia eléctrica em termos de potência instalada da cidade do Luena, capital provincial do Moxico, vai subir dos actuais 26.8 Megawatts para 52 Megawatts, com a entrada em funcionamento, esta sexta-feira, do primeiro Parque de Energia Solar, que vai gerar energia limpa para 59 mil 483 pessoas.
Esta central fotovoltaica, que poderá revolucionar a produção e distribuição de energia eléctrica à cidade do Luena, se juntará aos actuais 26.8 MW produzidos pela Central Hídrica de Tchiumbwe-Dala (12,4 MW) Central Térmica Luena 2 (4,4 MW) e Luena 3 (WARTSILA) com 10 MW disponíveis, elevando para 52,1.
A infra-estrutura, que iniciou a ser edificada em 2022, será inaugurada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, tendo uma potência instalada de 25,3 megawatts (MWp).
O empreendimento energético, orçado em 36,9 milhões de euros, com um total de 43.680 painéis solares, se enquadra no plano do governo, denominado “Energia Angola 2025”, que visa diversificar a matriz energética do país para assegurar que cerca de 82% da sua população rural tenha acesso a electricidade.
Com a entrada em funcionamento da Central Fotovoltaica do Luena prevê-se a redução significativa da procura deste serviço, numa cidade que tem registado uma explosão demográfica e habitacional.
Do ponto de vista quantitativo, o parque solar poderá elevar o número de consumidores, bem como reduzir as constantes interrupções assistidas na urbe, por conta das avarias das centrais térmicas (geradores) e falta de combustíveis.
Novos desafios para o sector
Além da necessidade da interligação ao Sistema Eléctrico Nacional, planificado pelo Executivo, com uma linha de transporte que ligará a Região do País para estimular a implementação de projectos industriais, Luena precisa melhorar a componente de distribuição da energia eléctrica às residências da população.
Neste sentido, a aquisição de mais Postos de Transformação (PT) para a distribuição da energia eléctrica a muitos bairros da periferia, será fundamental para acudir muitas populações privadas deste bem, e aumentar o número de consumidores.
Os bairros da zona norte, leste e oeste, como 11 de Novembro, Alto Campo, Samalesso, Sambuatama e 4 de Abril são os que mais enfrentam dificuldades no acesso à energia eléctrica.
O município do Luau será a segunda região da província a beneficiar de um Parque de Energia Solar, actualmente em construção, com capacidade de produzir 32,2 megawatts (MWp).
O empreendimento será suportado por 55 mil e 500 painéis, cujas baterias terão uma capacidade de armazenamento de 79,77 Megawatts/hora (MWh), estando a ser construída pela empresa MCA.
Além destes, o governo está a construir outros parques de energia limpa nas províncias de Benguela (Baía Farta e Biópio), Huambo (Bailundo), Bié (Cuito) e Lunda-Norte (Lucapa) e Lunda-Sul (Saurimo), que deverão estar operacionais até ao final do ano em curso, conforme uma nota do ministério de tutela.
A nota assegura que os Parques Fotovoltaicos de Saurimo, na província da Lunda-Sul, Biópio e Baía Farta, na província de Benguela, já se encontram a produzir energia.
No seu conjunto, lê-se, os sete parques solares foram desenvolvidos por um consórcio internacional composto pelas empresas Sun África e MCA, estando esta última com a componente de engenharia e com a respectiva construção, tendo já concluído três parques dentro dos prazos, permitindo fornecer energia limpa e renovável a cerca de 2,4 milhões de angolanos.
Os parques vão contribuir para a redução anual de emissões poluentes de cerca de um milhão de toneladas de CO2 (dióxido de carbono), além de eliminar a necessidade de consumo de cerca de 1,4 milhões de litros de gasóleo em geradores e produção térmica, permitindo poupança nos gastos com a importação de combustíveis. TC/YD