Luanda – Angola deverá dar início, em breve, ao processo exportação de mel orgânico para o mercado da União Europeia (EU), no quadro do programa o “Train For Trade II”, avançou esta terça-feira, em Luanda, a responsável de gestão de programa da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), Johanna Silvander.
Os produtores e exportadores angolanos, desde 2018, têm beneficiado através do CNUCED, de um conjunto de ferramentas sobre infra-estruturas de qualidade assente nas condições sanitárias em todo processo de produção e dos níveis de exigência dos padrões internacionais, em particular da Europa, e “ neste sentido os dados indicam que em breve Angola começará a exportar mel para a Europa”.
Falando à margem do workshop de formação conjunta da CNUCED e Ministério da Indústria e Comércio, subordinado ao tema “Infra-estruturas Nacionais de Qualidade para o Sector Agro-alimentar - com enfoque na pesca, frutos tropicais e café”, a responsável considerou um sucesso o programa Train For Trade II.
“No início do programa, em 2018, fizemos um levantamento que identificou os produtos angolanos com potencial para exportação, onde foram registados vários produtos, dentre eles o mel, peixe e os seus derivados, frutas tropicais e sal”, indicou.
De acordo com a Johanna Silvander, o programa Train For Trade II tem sete componentes, nomeadamente a de políticas comerciais, facilitação de comércio, identificação de sectores verdes, indústrias criativas, investimento, empreendedorismo e transporte.
A responsável disse que este workshop acontece no quadro da componente dos sectores verdes, onde a CNUCED apoia a cadeia de valor dos produtos angolanos para a exportação.
Johanna Silvander adiantou que o processo de um sistema de qualidade pode durar cerca de 10 anos para ser constituído e que, nesta altura, o programa está a avaliar a estrutura de qualidade dos produtos angolanos, já que o importante é apurar as lacunas e como a CNUCED poderá apoiar.
Neste sentido, o representante da União Europeia no fórum, Edie Delavile, disse que o seu organismo vai continuar a apoiar a agricultura angolana e, vai nos próximos tempos, financiar e equipar os laboratórios no quadro das infra-estruturas de qualidade.
O workshop de formação conjunta CNUCED e Ministério da Indústria e Comércio decorre durante três dias (9,10 e 11) com o fim de discutir o papel das infra-estruturas nacionais de qualidade.
Igualmente apresentará ferramentas para demonstrar como os produtos e serviços cumprem os requisitos especificados pelos reguladores e pelo mercado doméstico.
O fórum vai continuar a apresentar os padrões de qualidade para facilitar o acesso aos mercados internacionais, avaliar as lacunas e limitações nas actuais Infra-Estruturas de Qualidade em Angola e recomendar medidas e partilhar informação relativa à experiência internacional. OPF/AC