Abuja - As Nações Unidas alertaram hoje para o agravamento da situação de segurança na Nigéria com o aumento de ataques "baseados na identidade", na sequência da morte de 40 membros da comunidade fulani na semana passada.
Segundo a conselheira especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio, Alice Nderitu, o agravamento da situação de segurança é marcado pela politização das actividades pastoris e de transumância e pelas divisões crescentes, incluindo a estigmatização segundo linhas religiosas e étnicas.
A pelou aos líderes políticos nigerianos para honrarem o seu compromisso de conduzir campanhas eleitorais pacíficas e aos líderes tradicionais para agirem no sentido de desanuviar as tensões e evitarem o incitamento à violência.
Nderitu também apelou às autoridades para assegurarem que as operações antiterrorismo sejam conduzidas em conformidade com o direito humanitário.
A Nigéria tem assistido a um aumento das tensões inter-comunitárias nos últimos anos devido a disputas sobre território e recursos, especialmente face ao impacto da seca.
A maioria destes confrontos tem sido entre pastores fulani, na sua maioria muçulmanos, e agricultores do centro do país, a maioria cristãos.
Os fulani queixam-se de marginalização na Nigéria e noutros países da região, enquanto outras comunidades os acusam de serem membros de grupos terroristas que operam na área, porque estes grupos - incluindo a Al-Qaida e os afiliados do Estado Islâmico - aproveitaram o descontentamento dos peul para aumentarem as suas fileiras.