Addis Abeba – O Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, gabou nesta segunda-feira, 05, a capacidade militar do seu país, alegadamente, por poder recrutar, sem dificuldades, milhões de combatentes, preferindo, no entanto, privilegiar a acalmia, na região do Tigrey.
"Numa, duas ou três semanas, podemos mobilizar 100 mil forças especiais, treinadas, armadas e organizadas”, disse o Primeiro-ministro aos deputados.
Abiy Ahmed, citado pela AFP, declarou ainda que "caso essa força especial não for suficiente, caso forem necessárias milícias, podem ser mobilizados e organizados meio milhão num ou dois meses.
As declarações do Prémio Nóbel da Paz 2019 intervêm uma semana depois da tomada de Mekele, pelos rebeldes das Forças Democráticas do Tigrey Tigré (TDF), e a proclamação pelo governo federal, de um cessar-fogo unilateral.
As TDF apresentaram a tomada de Mekele e de uma grande parte de Tigrey como uma vitória, enquanto o Primeiro-ministro e outros responsáveis políticos asseguraram que o Exercito operou uma retirada táctica para concentrar-se noutras ameaças.
Domingo, os rebeldes aceitaram um cessar-fogo de princípio, sob condição de as forças eritreias abandonarem a região, e reclamam ainda que Abiy Ahmed e Issaias Afeworki (Presidente da Eritreia) "sejam julgados pelos dados causados” durante a guerra, algo que ainda não foi respondido pelo Primeiro-ministro etíope, até esta segunda-feira.
Tigrey afectado pela guerra desde Novembro de 2020, é uma importante região em termos comerciais e indunstriais em todo o corno de África,
Na semana passada, o grupo rebelde apresentou publicamente, em Mekele, milhares de pessoas, que acusou de serem militares etíopes capturados durante o conflito.