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Presidente da Guiné-Bissau pede reforma financeira global

     África              
  • Luanda • Quarta, 25 Setembro de 2024 | 20h42
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Divulgação

Nova Iorque - O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu esta quarta-feira, na Assembleia Geral da ONU, uma reforma financeira internacional, num discurso em que aproveitou também para listar as "políticas públicas acertadas" que estão a ser concretizadas no país.

"Centenas de milhões de pessoas continuam a viver em extrema pobreza (...) e sem esperança num mundo melhor", afirmou Umaro Sissoco Embaló, nos debates gerais da 79.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

"Tornou-se mais urgente ainda implementar reformas na governação global económica e financeira para a tornar mais justa, inclusiva e equitativa", acrescentou, sublinhando que "é preciso lutar de maneira mais eficiente contra a pobreza e exclusão social", dando como exemplo o financiamento dos programas de desenvolvimento.

Por outro lado, o chefe de Estado guineense defendeu alterações na representatividade africana nas Nações Unidas: "Oito décadas depois da fundação da ONU, (...) vivemos hoje num contexto mundial totalmente diferente, e continuamos a apelar para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve ter em conta os interesses de África".

Por isso, sustentou, "reformar a arquitectura financeira internacional é fundamental para promover uma maior inclusão, nomeadamente, de África, tendo em conta o papel do continente africano na economia mundial".

Embaló, segundo noticia o site Notícias ao Minuto, aproveitou para apresentar os resultados, no seu país, de "políticas públicas acertadas".

Por um lado, e "apesar do impacto negativo da difícil situação económica e financeira, a economia guineense continua a crescer", garantiu o Presidente da Guiné-Bissau, país que está a ser alvo da ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em final de Agosto, o FMI afirmou que "o empenho das autoridades (da Guiné-Bissau) numa série de reformas políticas difíceis está a começar a dar alguns resultados" e estimou que "o crescimento económico atinja 5% em 2024", alertando, contudo, para o facto de as perspectivas económicas continuarem "sujeitas a riscos significativos a curto prazo".

Hoje, Umaro Sissoco Embaló afirmou que foram adoptadas medidas que, "sendo difíceis, revelaram ser necessárias para impulsionar o sector privado e criar bases mais sólidas para uma economia dinâmica e inclusiva", dando exemplos como a defesa de uma "maior participação das mulheres e jovens empreendedores" e investimento público em infra-estruturas.

O Presidente assegurou o seu empenho "na promoção do diálogo da reconciliação nacional, da consolidação da democracia e do Estado de direito".

Embaló, que chegou ao poder em 2020, dissolveu o parlamento em Dezembro de 2023, menos de seis meses após as legislativas, alegando a existência de uma grave crise institucional, uma medida contestada por vários sectores guineenses, com o argumento de que a Constituição não admite a dissolução do parlamento eleito antes de completados 12 meses de exercício.

"Declarámos a guerra à corrupção e ao crime organizado. Conseguimos restaurar a confiança nas nossas relações com as instituições financeiras internacionais e outros parceiros", afiançou o Presidente, salientando ainda que a "prática de prestação de contas tem permitido uma maior transparência na gestão económica e financeira do Estado".

Por fim, Embaló garantiu que a Guiné-Bissau está a promover uma política de resolução de conflitos e de consolidação da paz, em África, mas também a nível mundial, uma posição que se traduziu, lembrou, em recentes viagens à Rússia, Ucrânia, Israel e Palestina, aproveitando ainda para fazer um pedido, perante os chefes de Estado e de Governo de todo o mundo: "Apelo para se pôr fim ao embargo injusto e muito prejudicial que o povo irmão de Cuba está submetido há décadas".

O debate de alto nível nas Nações Unidas começou terça-feira, em Nova Iorque, e prolonga-se até segunda-feira. JM





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