Roma - O Programa Alimentar Mundial (PAM) vai aumentar os seus programas de assistência no nordeste de África, onde 22 milhões de pessoas têm dificuldades para aceder a alimentos, em parte devido à seca que atinge o Quénia, Etiópia e Somália.
O facto foi revelado hoje após a visita do director-executivo do PAM, David Beasley, à Somália, país onde sete milhões de pessoas, cerca de metade da população, padece de insegurança alimentar aguda e 213 mil enfrentam condições semelhantes à fome.
No total dos três países afectados, o número de pessoas com dificuldades graves em encontrar alimentos aumentou em nove milhões desde o início do ano.
A operação do programa das Nações Unidas visa triplicar o número de pessoas a receber assistência humanitária na zona de Baardheere (Somália), que alberga dezenas de milhares de pessoas obrigadas a abandonar os seus lares devido à seca e ao conflito.
Em todo o Corno de África, onde se espera que a seca continue nos próximos meses, o PAM concentrou os fundos disponíveis, incluindo os fundos de emergência críticos da agência de desenvolvimento norte-americana Usaid, no aumento da assistência para salvar vidas nas áreas mais afetadas pela seca, para atingir 8,5 milhões de pessoas em toda a região, contra 6,3 milhões no início do ano.
No início do ano, o programa mundial alertou que 13 milhões de pessoas no nordeste de África enfrentavam uma situação de insegurança alimentar aguda devido à seca. Em meados do ano, com a quarta época consecutiva sem chuvas, o número aumentou para 20 milhões.
Agora estima-se que o número aumente novamente para pelo menos 22 milhões em Setembro.
O PAM recorda que a seca de 2016 e 2017 na região não terminou em catástrofe graças à resposta urgente que, teme, não se repetirá.
"O PAM está a fazer tudo o que pode para ajudar os mais necessitados, mas com a seca sem fim à vista, são urgentemente necessários cerca de 418 milhões de euros durante os próximos seis meses" para aliviar estas necessidades, conclui a organização.