Adis Abeba - Pelo menos 85 membros do grupo extremista Al-Shabab, que na segunda-feira tentaram atravessar novamente a fronteira para a Etiópia, foram mortos em batalhas com o exército etíope, confirmaram hoje fontes das forças de segurança.
De acordo com as autoridades etíopes, os membros do Al-Shabab tentaram atravessar a fronteira através do distrito de Ferfer na região da Somália (Etiópia Oriental), como tinham feito na semana passada.
No entanto, os fundamentalistas foram repelidos por "uma operação militar conjunta conduzida pelas Forças de Defesa Etíopes e pelas Forças Especiais da região da Somália", disse o Conselho de Segurança da Região da Somália, através de uma declaração.
Um oficial de segurança regional da região da Somália disse à agência EFE e que 85 membros do Al-Shabab foram mortos nos confrontos.
De acordo com a fonte, as forças especiais somalis e o exército etíope estão atualmente empenhados numa missão para expulsar os restantes combatentes do Al-Shabab destas áreas e tornar a fronteira etíope completamente segura.
"As nossas corajosas forças especiais estão a provar mais uma vez que a paz na região não está à mercê dos terroristas", disse na segunda-feira, através do Twitter, o presidente da região da Somália, Mustafe Omer.
"Um povo unido e um Estado funcional nunca podem ser intimidados por grupos heterogéneos como o Al-Shabab", acrescentou Mustafe.
Pelo menos 20 soldados etíopes e 154 extremistas foram mortos na semana passada em confrontos no sudeste da Etiópia depois de os terroristas terem tentado tomar várias cidades do país, disse no sábado uma fonte das forças de segurança.
Segundo um comunicado da região da Somália emitido no sábado, o Al-Shabab pretendia entrar na região de Oromia (oeste, centro e sul) para se encontrar com os rebeldes do Exército de Libertação do Oromo (OLA), alegadamente responsáveis por massacres de civis.
Esta não é a primeira vez que as autoridades etíopes acusam grupos armados que operam no país de terem ligações com rebeldes somalis.
A 08 de Julho, as forças de segurança do país afirmaram ter frustrado as tentativas repetidas do Al-Shabab para estabelecer ligações com os rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), o partido no poder na região norte até ao início da guerra com Adis Abeba, em novembro de 2020.
O Al-Shabab, um grupo afiliado desde 2012 à rede Al-Qaida, realiza frequentemente ataques terroristas na capital somali, Mogadíscio, e outras partes do país para derrubar o governo central e estabelecer pela força um estado islâmico (ultraconservador).