Ceuta (Espanha) - Pelo menos oito mil migrantes marroquinos e sub-saharianos, das quais mil e 500 crianças, forçaram a fronteira entre Marrocos e a cidade espanhola de Ceuta, desde 17 de Maio, noticia a AFP. Um primeiro episódio do gênero aconteceu em Abril último, quando 150 jovens marroquinos chegaram àquela cidade espanhola banhada pelo Oceano Atlântico
Segundo o órgão de informação francesa, essa nova crise é considerada inédita, já que conduziu a suspensão da cooperação securitária e migratória hispano-marroquina, a 16 de Maio.
A situação levou o Primeiro-ministro espanhol a visitar a região a 18 do corrente, podendo o mesmo falar via telefone com o rei Mohammed VI. O monarca marroquino convocou a sua Embaixadora na Espanha, Karima Benyaich, para “consultas”, tendo este declarado que havia actos com prováveis consequências.
A crise migratória de Ceuta marca um novo episódio de tensões entre Rabat e Madrid.
Com a Alemanha, a Espanha, é o segundo país europeu com o qual tem relações turbulentas, em poucos meses.
As relações entre Marrocos e a Espanha deterioraram-se, depois da hospitalização em Madrid, em Fevereiro ultimam, do presidente da Republica Árabe Saharaui.
Na altura, os governos dos dois países, através dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros, Nasser Bourita e Arancha Gonzalez Laya, anunciaram o lançamento de reuniões virtuais entre os ministros da Industria, dos Transportes ou da Agricultura.
Pouco depois tais instituições governamentais dos dois países relançaram um mega-projecto: o de um túnel que ligará Marrocos à Península Ibérica via estreito de Gilbraltar.