Cuito - Cinquenta e três passageiros foram transportados hoje, sexta-feira, de Luanda para Bié e vice-versa, pela TAAG, no primeiro dia de retoma dos voos domésticos da companhia aérea angolana, dois anos depois da paralisação por questões operacionais.
O voo, DHC 8, com número DT339, aterrou no aeroporto Joaquim Kapango, nos arredores da cidade do Cuito, às 8 e 30 minutos, com 21 passageiros, e regressou com outros 32, às 9h25.
A aeronave, com capacidade para 74 lugares, totalmente preenchidos, transportou outros passageiros que fizeram trânsitos em direcção à cidade de Menongue, capital do Cuando Cubango, e a delegação da TAAG, encabeçada pelo director comercial, António Mutondo.
Os voos da TAAG no Bié terão duas frequências por semana, as terça-feira e sexta-feira, que terão ligação com a província do Cuando Cubango. Os bilhetes estão a ser vendidos a partir de 38 mil e 160 kwanzas.
O director comercial da TAAG, António Mutondo, fez um balanço positivo do primeiro dia, afirmando terem sido alcançados indicadores positivos que apontam para um futuro promissor.
Fez saber, por outro lado, que o Conselho de Administração da TAAG pretende conectar as restantes províncias que ainda não registam a frequência de voos domésticos, desde que as condições de segurança permitirem.
Nesta perspectiva, informou estarem a ser estudadas a retoma da rota do Uige e do Mbanza Congo.
De acordo com António Mutondo, o desafio também é a nível internacional, com a interligação de novas rotas, com destaque para a do Congo Brazzaville, que retoma hoje e futuramente outros destinos a nível da Europa e do centro de África.
Por sua vez, a vice-governadora do Bié para os sectores político, económico e social, Alcida de Jesus Camateli Sandumbu, referiu que a retoma dos voos vai facilitar a circulação de pessoas e bens a nível do país e no estrangeiro, para fazerem parte das várias actividades que serão realizadas localmente, com realce para a Feira da Batata e do Milho, que vai na sua V edição.
Passageiros apontam vantagens
Celeste Lesco, cidadã biena que embarcou para Luanda, visivelmente satisfeita, disse ser um grande alívio, uma vez que as viagens para a capital do país passarão a ser mais rápidas.
Na sua visão, este feito vai trazer desenvolvimento para a região, por facilitar a circulação de pessoas, com realce para o turismo.
Quanto aos preços considerou serem acessíveis, porque espera que os mesmos se mantenham.
O comerciante Alcino Baldé, de nacionalidade guineense, enalteceu o gesto da TAAG, referindo que para trás ficam os constrangimentos anteriormente enfrentados, em que para apanhar um voo era necessário deslocar-se para a vizinha província do Huambo.
Segundo o mesmo, a celeridade das viagens vai facilitar, em grande medida, nas operações comerciais por parte da classe empresarial da província com os outros pontos do país.
Aeroporto Joaquim Kapango com condições aceitáveis
Por sua vez, o director da Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) do Bié, Paulo Martins, fez saber que o Aeroporto Joaquim Kapango, inaugurado em Outubro de 2019, com características de ser regional, tem condições preparadas para o sistema de navegação aérea para voos regulares e não regulares.
Assegurou que a sua direcção vai continuar a trabalhar para que outras operadoras aéreas possam afluir ao Cuito.
Com uma pista de 2 750 metros de cumprimentos e 45 de larguras, possui um terminal de carga de passageiros de embarque e desembarque geral para mais de 300 passageiros, uma sala vip e de pré embarque, assim como outros compartimentos, como a zona de segurança que alberga os serviços da Administração Geral Tributária, Polícia Fiscal e Migração Estrangeiros.
Vandalização condiciona voos nocturnos
Revelou que neste momento o aeroporto não fornece condições para voos nocturnos, por as balizagens estarem vandalizadas.
O responsável disse que a reposição das balizagens requer primeiro lugar a colocação da vedação do perímetro total do aeroporto.
Para ultrapassar a situação, informou que esforços estão a ser gizados junto do Governo da província para se resolver a questão da vedação e consequente reposição das balizagens.
Outra situação, de acordo com o responsável, tem que ver com a falta de iluminação pública à volta do aeroporto, o que tem motivado a vandalização no período nocturno pelos moradores dos bairros arredores.
Apontou também como problema a invasão do perímetro da infra-estrutura aeroportuária com construções, representando um perigo ao sistema de navegação aérea.
Entretanto, disse que as mesmas já foram cadastradas pelo Governo provincial na ideia de serem demolidas nos próximos tempos e os seus proprietários serem alojados noutras zonas. VKY/PLB