Luanda - A estratégia de comercialização da capacidade do ANGOSAT-2 está focada em preços competitivos para fomentar e incrementar negócios em regiões totalmente desconectadas, informou, esta sexta-feira, em Luanda, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
Falando na cerimónia de lançamento dos serviços do ANGOSAT-2, sublinhou que a referida estratégia vai contribuir, consideravelmente, para diminuição da info-exclusão em Angola e no continente africano.
Mário Oliveira disse que, com o ANGOSAT-2 em operação, os operadores terão ao seu alcance um meio de comunicação via satélite, permitindo, deste modo, que deixem de pagar o aluguer de capacidade a satélites estrangeiros.
Isso, apontou, poderá contribuir, certamente, para o aumento da penetração dos serviços de telecomunicações no país, contribuindo para o aumento da literacia digital e modernização da economia no seu todo.
O governante destacou que a cobertura ANGOSAT-2 abrange todo continente africano, em especial na região da SADC, “onde temos 24 feixes da Banda Ku e cinco transponders da Banda C”.
Estudos indicam que os países, sobretudo africanos, que têm apostado em programas espaciais alcançam níveis muito satisfatórios, quanto ao aumento da cobertura da internet, telefonia móvel, melhoria nos serviços administrativos e bancários.
“O ANGOSAT-2 vai permitir que as operadoras nacionais de telecomunicações e o Governo possam beneficiar de capacidades de largura de banda, com custos baseados em moeda nacional, o que permitirá melhor gerir os seus investimentos e ajustá-los a realidade do usuário final”, reforçou.
De acordo com o ministro, o ANGOSAT-2 abre também oportunidade para que os operadores nacionais do sector das telecomunicações possam providenciar serviços em todo o continente e parte sul da Europa, tirando vantagens da zona de cobertura do satélite.
Frisou que representa ainda uma oportunidade para o empreendedorismo, no sector das telecomunicações e tecnologias de informação, abrindo novas oportunidades para a criação de emprego, principalmente para a camada jovem, nas áreas ligadas à tecnologia espacial, como exemplo, manutenção e instalação de sistemas VSAT, contribuindo igualmente para o desenvolvimento de uma indústria de software no país.
No entender no ministro, no contexto africano os investimentos em telecomunicações são requisitos fundamentais para o crescimento económico, pelo que a conectividade via satélite têm sido amplamente utilizada como factor de apoio ao desenvolvimento sócio económico.
Destacou que o Programa Espacial Nacional, onde o ANGOSAT-2 é parte, está alinhado com as Agendas 2030 das Nações Unidas, 2063 da União Africana e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O ANGOSAT-2, satélite de comunicação angolano que opera na órbita geoestacionária, fornecerá serviços na banda C, KU e KA.
O satélite, construído pela empresa Information Satellite Systems Reshetnev (ISS Reshetnev), é composto de dois módulos, nomeadamente a plataforma Express 1000 e a carga útil, tendo este último sido da responsabilidade da Airbus Defence and Space.
Com vida útil prevista de 15 anos, o ANGOSAT-2, lançado em orbita a 12 de Outubro de 2022, é um dos projectos do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), órgão afecto ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.