Ndalatando - Cidadãos nacionais na cidade de Ndalatando (Cuanza-Norte) defenderam hoje (quinta-.feira) o resgaste dos hábitos e costumes da população local para a constituição de famílias estáveis e casamentos duradouros.
Falando à ANGOP, a propósito do Dia Internacional da Família (15 de Maio), os munícipes afirmaram que a cultura local tem regras para a constituição de uma família e que se forem observadas darão resposta às várias ligadas à violência doméstica, com destaque para a fuga à paternidade, abandono de crianças e falta de prestação de alimentos.
Para o historiador David Bumba, os pais ou a família, sobretudo as tias, jogaram no passado um papel importante no casamento dos filhos e sobrinhos.
Lembrou que o casamento, geralmente, era feito entre membros de duas famílias que se conheciam e se respeitavam em função do comportamento e valores morais de cada uma.
O casamento tradicional ou alambamento é que simbolizava a união do casal e das duas famílias, disse.
Afirmou que estes costumes permitiam a constituição de famílias estáveis e o casamento dificilmente terminava em divórcio, porque os problemas no lar eram resolvidos em família e muitas vezes com a intervenção da autoridade tradicional da comunidade .
António de Jesus Afonso, coordenador da Comissão da Família da Paróquia São João Baptista, também defendeu o resgate de valores morais e culturais para a criação de famílias saudáveis e organizadas.
Outro aspecto a ter em conta, disse, é o processo de educação e constituição das famílias, preservando valores tradicionais.
“Não se diz que os filhos não têm autonomia para escolher o parceiro, mas é fundamental que haja um processo de conhecimento dos casais para maior estabilidade do casamento”, sustentou.
Para o líder religioso, quando não se observa estes pressupostos a tendência é constituir-se casamento entre pessoas que não se conhecem e surgirem dificuldades no relacionamento que podem terminar em divórcio ou outras situações desagradáveis.
Defendeu também mais diálogo nas famílias para que os filhos conheçam a experiência dos mais velhos e a identidade angolana em relação à constituião de famílias.
Eliseu Ângelo, coordenador do Departamento da Família do Gabinete Provincial da Família e Promoção da Mulher, indicou que a instituição está a implementar o projecto “Jango de valores”, um encontro intergeracional para o regaste de valores morais e cívicos e a identidade cultural local.
Disse que o projecto analisa a realidade social das famílias, como fuga à paternidade, falta de prestação de alimentos e destruição de bens públicos.
Este projecto visa a constituição de famílias com bases sólidas e o reforço das competências familiares. IMA/PA