Ndalatando - Trezentas e 77 famílias, num universo de mil e 885 pessoas, estão desalojadas, em consequência das fortes chuvas que caíram na noite de sexta-feira, 24, sobre a cidade de Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte.
A acção das chuvas, que tem sido cíclica nessa fase do ano, afectou 377 casas construídas em zonas de risco, nos bairros 11 de Novembro, Posse, Sambizanga e 28 de Agosto.
Segundo dados do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) divulgados hoje (domingo) à imprensa, as chuvas inundaram 138 casas no bairro 11 de Novembro e 71 outras ficaram destruídas, no bairro 28 de Agosto, 32 residências ficaram cheias e 10 danificadas, na circunscrição do Sambizanda, 27 casas ficaram alagadas e três destruídas.
Segundo o porta-voz do SPCB no Cuanza Norte, Hélder Milagre, a chuva destruiu igualmente um poste de média tensão no bairro Sambizanga e uma ponte de passagem de peões no bairro Posse, assim como provocou a queda de quatro árvores, no morro Mbinda, arredores de Ndalatando.
Para avaliar os danos provados pela calamidade natural, o governador do Cuanza Norte, Pedro Makita, deslocou-se hoje nestes bairros, para prestar solidariedade às famílias sinistradas.
Pedro Makita considerou de “precária e lastimável” a situação dos sinistrados, tendo manifestado um profundo sentimento de “tristeza e solidariedade”.
Em função da gravidade da situação e do número de famílias desalojas, o dirigente informou que estão já em contacto com o governo central no sentido de fornecer alguns equipamentos de primeira necessidade, como tendas e colchões.
“Vimos os nossos concidadãos numa situação bastante lastimável, muito precária. Nós estamos a encontrar uma solução de os alojar. Porque o sítio onde estão não é propício para se erguer habitações”, afirmou.
Pedro Makita informou que, em função dessa situação, os cidadãos afectados estão desprovidos de bens de primeira necessidade, como alimentação e vestuário, tendo já o governo da província disponibilizado bens alimentares como arroz, óleo vegetal, açúcar, sal, sabão e fuba de milho.
De acordo com Pedro Makita, para realojar os sinistrados, o governo da província identificou já um espaço de mais de três hectares, localizado na zona adjacente à urbanização de Ndalatando.
O governo da província, informou, continua a implementar o programa de auto construção dirigida, no sentido dos cidadãos deixarem de construir em zonas de risco, como encostas, cursos de água, bermas de rios e riachos.
Apontou o projecto de auto construção do Quilómetro 11, onde serão erguidas mais de três mil moradias, a urbanização de Ndalatando, com cerca de 212 apartamentos, a futura centralidade do Cuanza Norte, com duas mil habitações, bem como o loteamento de terra nos vários municípios, como soluções futuras para estas calamidades. EFM/IMA