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Caconda assinala 89 anos com exposição de potencialidades

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  • Huíla • Sexta, 23 Junho de 2023 | 10h13
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Vila de Caconda, na Huíla
Vila de Caconda, na Huíla
Morais Silva - ANGOP
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Tomate à venda (Arquivo)
Tomate à venda (Arquivo)
Morais Silva - ANGOP

Caconda - O potencial agro-pecuário de Caconda, província da Huíla, está desde hoje, sexta-feira, presente numa feira designada “Expo-Caconda 2023”, para saudar os 89 anos de existência da mais antiga edilidade huilana.

O evento aberto pelo administrador municipal, Nandim Capenda, reúne 20 expositores de cooperativas e associações de camponeses, que levaram à feira cereais, hortícolas, equipamentos e matérias de apoio à produção agrícola.

Na ocasião, ao administrador Nandim Capenda afirmou que com esta iniciativa a administração lança um apelo a potenciais investidores nacionais e estrangeiros, para que invistam no município.

Garantiu que há terras e solos férteis na região, que coloca Caconda na rota do chamado Triângulo do Milho (Chicomba, Caluquembe e Quipungo).

Retrato histórico-geográfico do município

Caconda é uma cidade e um município da província da Huíla que ocupa quatro mil 715 km², a 230 quilómetros a Norte do Lubango e tem uma população estimada em 220 mil 616 habitantes.

É limitado a norte pelos municípios da Ganda (Benguela) e do Longonjo (Huambo), a leste por Caála (Huambo) e Chipindo (Huíla), a sul por Chicomba e a oeste por Caluquembe (Huíla).

O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Caconda, assim como Gungue, Uaba e Cusse.

Antes da vinda dos portugueses, a cidade de Caconda era a capital do Reino Galangue, formado entre o século XVI e XVII, o principal Estado com domínio sobre o norte da Huíla, basicamente nas faixas de terra entre os rios Cué e Cubango.

Com a chegada dos portugueses, em 1682, tornou-se o maior dos marcos de colonização inicial da Huíla. O posto colonial foi fundado inicialmente com base num acordo comercial com os galangues, que previa a construção da Fortaleza de Alba Nova, que ficaria sob coordenação de um capitão-mor português.

Por quase 100 anos a presença colonial em Caconda era a mais bem estabelecida do interior angolano. Sustentava-se pelas trocas comerciais agrícolas e esclavagistas, servindo como ponto de conexão seguro entre os reinos nyaneka do sul, os reinos ovimbundos do norte e os nganguelas do leste.

Uma vez que os portugueses tentaram reafirmar seu controle sobre a região no século XVIII para utilizar a localidade como base contra os ovimbundos do planalto, a relação com os galangues da Caconda deteriorou-se na década de 1760, ocorrendo a expulsão dos lusitanos.

Relatos históricos indicam que o ápice da tensão culminou na Guerra de Galangue (1768-1769), onde os portugueses derrotaram o rei de Caconda, conseguindo forçar a retomada da Fortaleza de Alba Nova (antiga desiganção do município.

No mesmo ano, ao final da guerra contra o Reino Galangue, Portugal decide por instalar, junto à fortaleza, a "Missão Católica da Caconda" (ou Missão do Coração Imaculado de Maria da Caconda), sob coordenação do padre capuchinho Gabriel de Braga.

Em meados de 1845, o major João Francisco Garcia deslocou-se do povoado de Moçâmedes para Caconda, encarregado de instalar um presídio junto à fortificação.  Em 1850 criou-se um concelho com sede em Caconda, com o nome de Huíla, com major Garcia na qualidade de regente.

Até essa altura, Caconda era a segunda entidade com estatuto jurídico-administrativo no sul de Angola (a mais velha é Moçâmedes), sendo, assim, a mais velha municipalidade huilana.

Em 1901, com a criação do distrito da Huíla (actual província de mesmo nome), o concelho e a localidade voltam a ter o nome de Caconda.

Na década de 1930 Caconda conseguiu retomar parte de sua importância, a partir da instalação de moinhos, oficinas e uma cerâmica. O marco do período foi a construção da nova igreja da Missão Católica da Caconda, inaugurada em 1932. MS





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