Luanda – Os Estados Unidos da América apoiaram Angola, nos últimos 20 anos, com 396 milhões de dólares para o combate da malária, informou, nesta sexta-feira, em Luanda, a ministra conselheira da embaixada daquele país, Mary Emma Arnaldo.
Falando no acto comemorativo dos 20 anos de parceria entre os governos de Angola, dos EUA e da ExxonMobil para a luta contra à Malária, a diplomata disse que o maior investimento tem sido realizado através da cooperação entre a Iniciativa Presidencial contra a Malária (PMI) e o Governo angolano, estabelecida em 2006.
Segundo a ministra conselheira, os EUA continuam a contribuir anualmente com cerca de 19 milhões de dólares numa série de actividades que incluem a formação de profissionais de saúde, a aquisição de medicamentos antimaláricos de primeira linha, bem como na distribuição e promoção do uso de mosquiteiros.
Fez saber, que ño ano passado, a Iniciativa Presidencial contra a Malária adquiriu mais de 3,45 milhões de mosquiteiros, 3,5 milhões de medicamentos antimaláricos de acção rápida e 6,1 milhões de testes de diagnóstico rápido, entregues a Unidades Sanitárias e comunidades de Angola.
Mais de 8.070 profissionais de saúde de cerca de 939 Unidades Sanitárias foram formados, permitindo melhorar as suas competências em testar e tratar a malária, ao mesmo tempo que fortaleceram as suas habilidades para cuidar de pacientes que sofrem de outras doenças.
Em 2022, referiu , o seu país e Angola trabalharam juntos para possibilitar a prestação de serviços e insumos contra à doença que salvaram vidas e apoiaram comunidades a prosperarem.
Mary Emma Arnaldo detalhou que PMI concentra os seus recursos nas seis províncias com maior incidência de malária, Zaire, Uíge, Malanje, Cuanza Norte, lundas Norte e Sul , embora também contribua com 10% das suas compras para as necessidades das restantes províncias do país.
Fornece igualmente assistência técnica ao Programa Nacional de Controlo da Malária, Central Nacional de Compras (CECOMA) e Agência Reguladora de Medicamentos e Tecnologias de Saúde (ARMED).
Informou que outro exemplo de sucesso é a plataforma de formação online gratuita, chamada Kassai, que permite a qualquer pessoa em Angola receber formação sobre o diagnóstico e tratamento desta enfermidade, lançada em 2020, e que conta hoje com mais de 30,800 utilizadores inscritos nos diversos cursos de saúde.
Salientou que este ano, graças ao apoio dos EUA, nas províncias acima referidas, mais de 4,5 milhões de pessoas foram testadas contra a malária e 2,5 milhões diagnosticadas com a doença.
No toca ao tratamento, a diplomata fez saber que cerca de 2,2 milhões foram tratadas por profissionais de saúde formados com o apoio dos Estados Unidos.
“Temos constatado um sucesso real e tangível desta iniciativa. Desde 2006, as taxas de mortalidade infantil diminuíram em 40 % e as mortes por malária diminuíram 15%, em 2022” .
Angola destaca apoio
Por sua vez, o Secretário de Estado para a área de saúde pública, Carlos Pinto de Sousa , destacou o apoio que a ExxonMobil tem prestado ao MINSA desde 2003, com o objectivo de empoderar as comunidades, aumentar a sensibilização e a disponibilização de meios médicos para prevenir, diagnosticar, tratar e capacitar os profissionais da saúde.
Para o secretário, a malária constitui um obstáculo ao progresso e desenvolvimento do país e o seu combate é decisivo para a construção de um futuro melhor e mais próspero.
“Contudo, observamos que houve progressos no controlo desta doença no nosso país, tendo-se registado uma diminuição de mortes por malária em 9% e uma estagnação no número de casos em 2022, comparativamente a 2021” afirmou .
De acordo com o responsável, Angola, junto com os parceiros, continua a investir para manter e inovar os serviços de modo a prevenir, detectar e tratar a doença oportunamente, para que a meta da malária zero não seja apenas um slogan. EVC/ART