Luanda - A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, renovou esta sexta-feira, em Luanda, o compromisso de luta do seu partido "por uma Angola justa, inclusiva e próspera para todos".
A dirigente partidária falava na cerimónia das festividades dos 50 anos da chegada da primeira delegação do MPLA a Luanda, decorrida na rua Dona Amália, no distrito do Rangel.
"O país enfrenta desafios complexos, o nosso compromisso deve ser constante e inovador e superar esses desafios, reafirmando a nossa luta por uma Angola mais justa e mais próspera para todos", disse.
Informou que o Executivo liderado pelo Presidente João Lourenço continua apostar fortemente na diversificação da economia e no desenvolvimento das infra-estruturas, na saúde, na educação de qualidade e capacitação dos recursos humanos, em particular da juventude, para que o país possa enfrentar os desafios do século 21.
Bravura e patriotismo
Luísa Damião destacou que a chegada da primeira delegação do MPLA a Luanda, chefiada por Lúcio Lara, foi um acto de bravura e de patriotismo que sinalizou, na altura, a esperança da liberdade, que veio a acontecer a 11 de Novembro de 1975.
Lembrou que naquele período, marcado pela resistência ao colonialismo, o MPLA surgiu como uma força determinante guiada pelos valores e princípios da autodeterminação e da dignidade humana, o que foi fundamental para a conquista da independência nacional.
"Aqueles valorosos patriotas que chegaram a Luanda em 1974 abriram um caminho da emancipação e estabeleceram as bases para que possamos dizer e viver com orgulho o facto de sermos uma Nação independente, livre e soberana", vincou.
Volvidos 50 anos, após a chegada da primeira delegação oficial do MPLA a Luanda, disse que o seu partido continua fiel ao compromisso de promover a unidade, o bem-estar e o desenvolvimento de Angola.
"Este acto é mais do que uma celebração, traduz a renovação do nosso compromisso com o povo angolano, com a juventude, com as mulheres, com os anciãos, com as nossas crianças e em particular com os munícipes do Rangel, com vista à resolução dos problemas do presente e a criação de melhores condições de vida para as futuras gerações", sustentou.
Segundo a dirigente, as festividades dos 50 anos da chegada da primeira delegação do MPLA a Luanda, constituem-se num prelúdio das comemorações dos 50 anos da independência nacional, a celebrar-se em 2025.
Com efeito, notou que o MPLA, enquanto força política dirigente da Nação, vai realizar em Dezembro deste ano o seu congresso extraordinário, "com objectivo de reflectirmos sobre o nosso percurso histórico, desde a independência aos nossos dias, bem como os desafios e as perspectivas para o futuro".
Depoimentos
Garcia Paulino "Kaissara" lembra que, na companhia de 15 outros pioneiros, imbuídos de espírito revolucionário, seguiram para o Aeroporto de Belas, actual Internacional 04 de Fevereiro, para receber a delegação do MPLA proveniente do Congo Brazzaville, que pernoitou no Rangel sob vigilância dos militantes do partido no bairro.
Já o nacionalista Amadeu Amorim disse ter sido ele quem levou Lúcio Lara do Aeroporto à Vila Alice. À época, pertencente ao agrupamento musical Ngola Ritmos, reconheceu que a canção desempenhou um papel fundamental na mobilização dos militantes.
Resenha histórica
A 21 de Outubro de 1974, nas chanas de Lunyameji, então distrito do Moxico, assinava-se o Acordo de Cessação de Hostilidades entre o MPLA e o Governo português.
Esse acordo pôs termo a 13 anos de Luta Armada de Libertação Nacional, iniciada 04 de Fevereiro de 1961, com o ataque aos principais símbolos da repressão colonial portuguesa em Luanda.
O documento de Lunyameji foi rubricado pelo Presidente Agostinho Neto, pelo MPLA e pelo comodoro Leonel Cardoso, pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) de Portugal. Com a sua adopção pelas partes, o MPLA adquiriu, perante as autoridades coloniais, o estatuto de organização política legal.
Foi assim que, a 08 de Novembro de 1974, chegava a Luanda a primeira delegação oficial do MPLA, chefiada por Lúcio Lara, que integrou todas as componentes do movimento: guerrilheiros e representantes da OMA, da JMPLA, da OPA e da UNTA (trabalhadores e sindicatos).
A delegação, num total de 27 membros, foi recebida no Aeroporto de Belas (actual 04 de Fevereiro), por uma multidão empunhando bandeiras, dísticos, cartazes e fotografias.
Logo após a sua chegada, a delegação seguiu para o bairro Rangel, onde inaugurou a sede do MPLA em Luanda, cujas instalações foram cedidas pela senhora Dona Amália, que era proprietária de armazéns na área. DC/ART