Luanda - A viúva do primeiro Presidente de Angola, Maria Eugénia Neto, considerou, esta sexta-feira, “uma homenagem justa e merecida” a atribuição do nome do seu esposo, António Agostinho Neto, ao novo Aeroporto Internacional de Luanda.
Situado na comuna do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, o novo Aeroporto Internacional de Luanda, que recebeu hoje o primeiro voo experimental, foi baptizado como Dr. António Agostinho Neto, em homenagem ao primeiro Presidente do país.
"É uma homenagem justa e merecida, por ser um aeroporto muito importante e construído no espaço onde o Presidente Agostinho Neto nasceu", disse a viúva, que se mostrou radiante pela cerimónia, que coincidiu com centenário do nascimento do nacionalista.
Na cerimónia, decorrida no terminal dois, dos três que possui o aerporto, foi lido o Despacho Presidencial que autorga à infraestrutura aeroportuária o nome de Dr. António Agostino Neto.
O documento considera Agostinho Neto como uma figura histórica, "cujo legado deve ser conhecido e perpetuado às gerações vindouras, enquanto personalidade nacional, africana e internacional".
O primeiro voo experimental do Boeing 777 aterrou às 13 horas no Aeroporto Internacional Dr. Antonio Agostinho Neto, em acto assistido por altas figuras do Estado angolano.
O avião da TAAG – Linhas Áreas de Angola, que partiu do Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, em Luanda, marca o início do processo de certificação do novo aeroporto, que se prolongará até ao final de 2023, data em que dará início a sua utilização total e sem restrições.
O voo serviu para aferir se o projecto cumpriu as regras internacionais para a construção de um aeroporto do género e se existe pessoal técnico para operar num aeródromo dessa dimensão.
O comandante do Boeing 777-300-ER, João Paulo Duarte, disse que foi uma sensação única, que ficará para a história, tripular o voo experimental num aeroporto emblemático que leva o nome do fundador da Nação.
"É uma sensação única que vai ficar marcada na história. Foi um voo curto de 20 minutos e, postos cá, foi uma sensação incrível ver este aerporto, que é uma mais valia para o desenvolvimento de Angola e para o resto de África”, afirmou.
Há 24 anos no mundo da aviação, o comandante João Duarte enalteceu a qualidade da pista, considerando-a “muito boa”, em que poderão alterrar e descolar aviões de grande porte.
Obra emblemática
O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, considerou o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto uma obra "tão necessária quanto emblemática, que marcará, de agora em diante, o futuro da aviação civil em Angola e a nossa história comum".
"Por isso, dizemos que o nosso futuro já começou. E não podia começar melhor do que está a começar, com uma justa e merecida homenagem àquele que foi o primeiro Presidente de Angola, o Pai da Nação, que a conseguiu manter una e indivisível, fazendo dela a trincheira firme da revolução em África rumo à autodeterminação e às independências no continente", vincou.
Notou que o mais importante de todos os desafios foi a alteração do modelo de governação e gestão do projecto, com a criação do GONAIL, a 5 de Outubro de 2018.
Segundo o ministro, o Gabinete de Operacionalização do Novo Aeroporto Internacional de Luanda é um órgão que assume a gestão do projecto, usando as melhores práticas de governação e gestão do ponto de vista técnico, operacional e humano.
"É, em simultâneo, um órgão que nos permite apropriarmo-nos de uma infra-estrutura que vai fazer parte da nossa história para lá dos próximos 50 anos", exprimiu.
Adiantou que o projecto vai igualmente contribuir para a diversificação da economia nacional e potenciar o crescimento económico e o desenvolvimento do País.
"Este projecto, em si já, vai criando benefícios directos para a nossa economia, do ponto de vista de uma trajectória muitas vezes difícil, incompreensível e complexa", assinalou.
O novo aerporto, que ocupa uma área de mil 324 hectares, foi projectado para receber 15 milhões de passageiros por ano, sendo 10 milhões internacionais e cinco milhões nacionais. Vai absorver um volume de mercadorias de 50 mil toneladas/ano.
A infraestrutura possui duas pistas duplas e está dimensionada para receber aeronaves do tipo B747 e A380, actualmente o maior avião comercial, além de contemplar a construção de raiz de uma cidade aeroportuária que cobrirá uma área de construção de 75 quilómetros quadrados.