Cuango – O governador da Lunda Norte, Ernesto Muangala, afirmou hoje, quarta-feira, que vai continuar a priorizar o diálogo com as forças vivas da província, para resolução dos principais problemas que afligem a população.
Ernesto Muangala fez este pronunciamento no encontro sobre Cidadania e Segurança Pública, realizado na vila de Cafunfo, promovido pela ONG Centro de Estudo de Boa Governação "Ufolo”, em parceria com o Comando-Geral da Polícia Nacional.
De acordo com o governante, o diálogo social permite às forças vivas da região darem o seu contributo, com acções e ideias, para o desenvolvimento do país e da província, em particular.
“O diálogo permite concertar acções com os diferentes intervenientes sociais, fortalecendo a prevenção de violência e de conflitos e a criação de mecanismos de entendimento, sobre os direitos e deveres do cidadão, que devem ser efectivamente protegidos e respeitados pelo Governo, forças de segurança e pelos próprios cidadãos, pois também têm os seus deveres”, salientou.
Na ocasião, o governador reiterou a necessidade de se continuar a promover a protecção dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, para a contínua consolidação do Estado Democrático de Direito.
Sublinhou que a busca da paz social, a ausência de distúrbio e a inexistência de qualquer situação, que perturbe o sossego dos cidadãos, constituem desafios do Executivo.
“Os novos ventos em Angola primam pela organização, modernização e melhoria na prestação de serviços públicos, o que passa pela salvaguarda da segurança e garantia do seu exercício por parte dos cidadãos, a par dos demais direitos fundamentais consagrados", referiu.
Ernesto Muangala aproveitou a ocasião para homenagear e apresentar sentimentos de pesar aos familiares das vítimas mortais da rebelião de Cafunfo, promovida pelo auto-denominado “Movimento Protectorado Lunda Tchokwe”, na madrugada de 30 de Janeiro último, que resultou na morte de seis insurgentes.
O encontro visa a busca de informações, que permitam realizar um relatório independente e elucidativo sobre a rebelião na Vila de Cafunfo, segundo a organização do evento.
O relatório, segundo a ONG, permitirá esclarecer a verdade dos factos e apresentar várias recomendações, que contribuam para evitar a repetição destes eventos e perdas de vidas humanas.
Na madrugada de 30 de Janeiro cerca de 300 indivíduos, do auto-denominado "Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe", invadiram a esquadra policial da vila de Cafunfo.
O grupo estava munido de armas de fogo, objectos contundentes e meios de arremesso.
Durante o ataque, morreram seis insurgentes, dois dos quais já no hospital.
Houve ainda o registo de seis feridos, entre os quais um oficial das Forças Armadas Angolanas (FAA), um outro da Polícia Nacional e quatro elementos ligados aos insurgentes.
Na sequência do ataque, foram detidos 16 indivíduos afectos ao auto-denominado "Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe".