Baku (Da enviada especial) - A Cimeira sobre Mudanças Climáticas (COP29), que decorre em Baku , Azerbaijão, entra, esta terça-feira, no debate de alto nível, com a participação de uma delegação angolana liderada pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
O encontro tem como tema principal o financiamento dos projectos climáticos para mitigar a emissão de gases de efeito estufa e outras medidas, conforme sublinhou, na abertura, o secretário das Nações Unidas para o Clima, Simon Stiell.
Na sua intervenção, declarou que é tempo de mostrar que a cooperação mundial não está estagnada e alertou para a necessidade de uma cooperação global urgente sobre mudanças climáticas.
Defendeu a importância de se concordar com uma nova meta global de financiamento climático, e disse que se pelo menos dois terços dos países não puderem cortar emissões rapidamente, cada nação pagará um preço brutal.
“Se as nações não conseguirem construir resiliência nas cadeias de suprimentos, toda a economia global ficará de joelhos. Nenhum país está imune", advertiu Simon Stiel, afirmando que é preciso acabar com a ideia de que o financiamento climático é caridade.
"Precisamos de avançar na mitigação, para que as metas de Dubai sejam cumpridas", disse.
Por sua vez, o presidente da COP 29, Moukhtar Babaïev, disse que o evento é um momento de verdade para o Acordo de Paris”.
Frisou que a COP29 é um momento de verdade para o Acordo de Paris e apelou ao mundo para que demonstre que está preparado para cumprir as metas propostas.
“As alterações climáticas já cá estão, basta ver as cheias em Espanha, os incêndios na Austrália", disse Moukhtar Babaïev, segundo o qual “quer as vejam ou não, as populações estão a sofrer, estão a morrer na escuridão e precisam de mais do que compaixão, mais do que orações ou documentos de trabalho. Estão a pedir liderança e acção".
À margem da cimeira, a Vice-Presidente da República de Angola manteve um encontro com o Primeiro-Ministro e chefe do Governo do Azerbaijão, Ali Asadov, com quem analisou aspectos ligados à cooperação bilateral entre os dois Estados.
A presença de Esperança da Costa em Baku, para a reunião da COP29, consubstancia-se numa oportunidade para Angola iniciar a cooperação com o Azerbaijão, uma vez que, após o desmembramento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e o país se tornar independente, não foi rubricado qualquer acordo.
Nesse encontro, os dois dirigentes falaram, essencialmente, sobre a cooperação bilateral nas esferas económica, comercial e humanitária, para além de outras questões de interesse mútuo.
Luanda e Baku têm abordado perspectivas de cooperação bilateral e multilateral entre os dois países, com destaque, nos últimos meses, para os preparativos da COP29, que decorre na capital azeri até ao dia 22 do corrente mês.
Mais tarde, Esperança da Costa participou no acto alusivo aos 49 anos da Independência Nacional, em que conviveu com a comunidade angolana residente nesse país da Ásia.
Durante o convívio, a Vice-Presidente disse que os 49 anos de independência foram marcados pelo o processo de paz, de reconciliação e reconstrução nacional, o reforço do capital humano e a transição para uma economia de mercado.
Falou igualmente do processo para a restauração da diversificação da economia nacional, da restruturação da economia nacional , da moralização da sociedade e do combate à corrupção.
Segundo a Vice-Presidente, os cenários descritos exigem do Executivo angolano e dos parceiros internacionais esforços adicionais no sentido de colocar o país na rota do desenvolvimento sustentável e na criação do bem-estar para o povo, através da redução da pobreza e da garantia da paz efectiva e da segurança.
Durante o evento, a governante destacou o papel do Presidente da República, João Lourenço na mediação para o fim dos conflitos em África, principalmente na Região dos Grandes Lagos.
Angola abre esta terça-feira uma exposição com a divulgação de mensagens sobre as acções desenvolvidas pelo Executivo Angolano no quadro do processo de transição energética, que tem contribuído para o combate às alterações climáticas e a diminuição do dióxido do carbono e dos gases com efeito de estufa, de acordo com a ministra do ambiente, Ana Paula de Carvalho.FMA/ART