Huambo – A bravura e a determinação demonstrada pelos heróis do 4 de Fevereiro de 1961 deve inspirar os angolanos na busca de soluções para resolução dos problemas socioeconómicos, por constituir um património histórico nacional.
Esta afirmação veio de políticos ligados ao MPLA, UNITA e FNLA na província do Huambo, que falavam, esta quinta-feira, à ANGOP, por ocasião do Dia do Início da Luta Armada e de Libertação Nacional, que se assinala a 4 do corrente mês.
Para o segundo-secretário do MPLA no Huambo, Adérito Chimuco, trata-se de um acto heróico e honroso perpetrado pelos nacionalistas angolanos, que constitui um património histórico nacional, a julgar pela desproporcionalidade de meios bélicos que dispunham na altura.
O também deputado à Assembleia Nacional referiu que, por conta das atrocidades e das injustiças que os angolanos viviam, os jovens nacionalistas levantaram-se, de forma destemida, para uma longa trajectória de luta armada, que culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Por seu turno, o secretário adjunto da UNITA no Huambo, Eduardo Dumba Delfino, disse que os feitos dos heróis do 4 de Fevereiro de 1961 devem ser reflectidos, continuamente, por todas as franjas da sociedade, de modo a servir de inspiração patriótica para a construção de uma Angola melhor para todos.
O partidário aponta para a necessidade de uma maior valorização e melhoria das condições socioeconómicas dos antigos combatentes e veteranos da Pátria, pela bravura, coragem e determinação por eles demonstrada ao longo da luta libertação nacional.
Na visão do secretário da FNLA no Huambo, José Ukuassapi, a forma destemida com que os nacionalistas se bateram contra o colonialismo português, mesmo sem grandes recursos para a guerrilha e preparação militar, deve inspirar a todos os angolanos na resolução dos problemas comuns.
Valor patriótico do 4 de Fevereiro
O historiador Festo Sapalo afirmou que o 4 de Fevereiro de 1961 revela o sentimento de patriotismo dos angolanos, que precisa servir de exemplo para nova geração do país em torno do bem-estar comum.
Para tal, defendeu a realização de mais palestras e debates, para além da publicação de obras literárias sobre a vida dos heróis do 4 de Fevereiro, para que sejam conhecidos e cujos feitos imortalizados.
Por sua vez, o também historiador Venceslau Casese disse que a data foi decisiva para a libertação de Angola e de outros países africanos.
Lembrou que o acto custou o sangue de milhares de angolanos para uma vida melhor, que muitas vezes é esquecida por certas franjas da sociedade.
Foi na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 que um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a Casa de Reclusão e a Cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos, ameaçados de morte.
O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.
Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.