Kiev - Os civis evacuados da siderúrgica Azovstal, em Mariupol, no último domingo, chegaram na tarde desta terça-feira, em Zaporizhzhia, cidade sob domínio do governo da Ucrânia.
Ao todo, o comboio organizado pela ONU e pela Cruz Vermelha chegou a seu destino com aproximadamente 150 pessoas, das quais 69 estavam refugiadas nos túneis e abrigos subterrâneos da Azovstal, último reduto da resistência ucraniana em Mariupol.
"Ao longo do percurso, diversos carros de pessoas em fuga juntaram-se ao comboio", disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, em pronunciamento no centro comercial de Zaporizhzhia que recebeu os evacuados.
Ao todo, 101 indivíduos foram retirados da siderúrgica no último domingo, mas 32 permaneceram em Mariupol.
Enquanto isso, o vice-comandante da milícia de extrema direita Batalhão de Azov, Svyatoslav Palamar, disse que as forças da Rússia iniciaram o assalto para tomar a Azovstal. "Os russos estão a tentar entrar no complexo", acrescentou.
Segundo Palamar, duas mulheres morreram durante bombardeamentos contra a siderúrgica na madrugada. Até a última segunda-feira (2), pelo menos 200 civis, incluindo 20 crianças, continuavam refugiados nos túneis e abrigos subterrâneos do complexo.
A conquista de Mariupol, uma das cidades mais importantes da região de Donetsk, era crucial para o objetcivo de Moscovo de estabelecer um corredor terrestre entre a Crimeia anexada e os territórios rebeldes do leste da Ucrânia.
A Prefeitura de Mariupol estima que mais de 20 mil pessoas tenham sido mortas durante o assédio russo à cidade. "Fizeram de tudo aqui, destruíram a cidade. Putin já superou Hitler, pode ficar orgulhoso de si mesmo", disse nesta terça o prefeito Vadym Boichenko.
Ele também denunciou que quase 40 mil indivíduos foram deportados à força até a fronteira com a Rússia e afirmou que os moradores de Mariupol estão a ser obrigados a remover escombros das ruas e a cremar corpos de civis assassinados. "Os russos estão a esconder os seus crimes", salientou.