Luanda - O anúncio feito por Israel da revogação do estatuto diplomático dos representantes da Noruega junto da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) foi tema dominante no noticiário internacional da ANGOP na semana que hoje termina.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, a decisão é uma resposta às medidas "unilaterais e anti-israelitas" do Governo norueguês, incluindo o reconhecimento do Estado palestiniano.
"Aqueles que nos atacam e seguem uma política unilateral contra nós pagarão um preço", afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, na carta enviada à embaixada norueguesa em Telavive.
Katz explicou que a decisão surge no contexto de "uma série de medidas unilaterais e anti-israelitas por parte do governo norueguês, incluindo o reconhecimento de um Estado palestiniano, a adesão ao processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e declarações graves de altos funcionários noruegueses".
O embaixador norueguês em Israel, Per Egil Selvaag, foi convocado esta quinta-feira ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo-lhe sido entregue uma nota diplomática informando a Noruega da reacção israelita, e que lhe revogará o estatuto diplomático dentro de sete dias.
"Esta medida é particularmente dolorosa para a Noruega, que tenta envolver-se o mais possível na questão palestiniana e preside à conferência dos países que doam dinheiro à Autoridade Palestiniana", declarou o ministro Katz.
A Noruega, Irlanda e Espanha reconheceram unilateralmente o Estado palestiniano a 28 de Maio, criando uma divisão sobre a questão na União Europeia (UE) e provocando a ira de Israel, que prometeu retaliar.
A semana finda ficou igualmente marcada pela notícia de que as autoridades turcas juntaram-se ao caso da África do Sul contra Israel perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) por alegadas violações da Convenção sobre Genocídio de 1948 cometidas na Faixa de Gaza.
Segundo a televisão pública turca TRT, uma delegação de parlamentares turcos acompanhada pelo embaixador da Turquia nos Países Baixos deslocou-se para o efeito a Haia, sede do TIJ, o principal órgão judicial da ONU.
Outra matéria amplamente divulgada neste período foi a de que Timor-Leste e 14 países insulares do Pacífico, considerados Estados mais vulneráveis às alterações climáticas, vão construir armazéns para recolher bens humanitários que possam ser utilizados para dar respostas a catástrofes.
A medida consta do Programa de Arsenais Humanitários do Pacífico, financiado pelos países mais importantes e que habitualmente desempenham um papel fundamental na resposta humanitária a catástrofes na região.
Os governos da Austrália e Nova Zelândia anunciaram um fundo de 28,1 milhões de dólares para o programa, refere-se num comunicado conjunto da ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, e do seu homólogo neozelandês, Winston Peters.
A Austrália e a Nova Zelândia juntam-se a outros parceiros como os Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e Reino Unido.
"O Pacífico está exposto a um vasto leque de catástrofes naturais e outros riscos, tais como ciclones, terramotos, tsunamis, inundações, vulcões e doenças. Estas catástrofes podem levar a imensas necessidades humanitárias", disse Winston Peters.
As ilhas do Pacífico, assim como Timor-Leste, são mais vulneráveis a desastres naturais relacionados com a crise climática e estão situadas no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área que acumula cerca de 90% da actividade sísmica e vulcânica do planeta.
O programa visa recolher a ajuda humanitária necessária para ser distribuída nas primeiras 48 horas após um desastre.
O programa é uma iniciativa liderada pelas Ilhas do Pacífico, uma área remota do planeta com uma geografia difícil devido às centenas de ilhas que a compõem e com graves problemas de conectividade que impedem respostas rápidas a desastres naturais.
Dominou igualmente o noticiário da ANGOP a informação de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenara a suspensão por 10 dias da rede social X no país, após acusar o seu proprietário, Elon Musk, de incitação ao ódio e ao fascismo em meio a um "ataque" contra a sua reeleição, questionada dentro e fora do país.
“Assinei um memorando com a proposta feita pela Conatel (órgão responsável pelas telecomunicações) para retirar a rede social X, antes conhecida como Twitter, por 10 dias de circulação na Venezuela”, declarou Maduro durante um acto no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
Outro assunto destacado foi o de que o número de pessoas que deixam a Suécia vai ultrapassar a quantidade de imigrantes em 2024, o que acontece pela primeira vez em mais de meio século, segundo o Governo conservador apoiado pela extrema-direita.
Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística da Suécia, nos primeiros cinco meses do ano, a emigração foi mais importante do que a imigração no país escandinavo, tendência que deve continuar, indicou a ministra das Migrações sueca, Maria Malmer Stenergard.
O anúncio da Casa Branca de que está muito próxima a conclusão de um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, apesar das tensões entre o Estado judaico e o Irão, mereceu igualmente destaque nos últimos sete dias.
“Sempre nos referimos a estas negociações para um cessar-fogo (...). Pensamos que nunca estivemos tão próximos” de firmar um acordo, afirmou em declarações aos 'media' John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da presidência dos Estados Unidos.
Segundo Kirby, “existe uma boa proposta feita às duas partes e ambas devem aceitá-la para podermos aplicar" este acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns, que está "mais perto que nunca".
A semana finda ficou ainda marcada pela decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de convocar uma reunião do comité de emergência sobre o mpox devido ao aumento de casos em África, onde circula uma nova estirpe do vírus.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que disse que o comité irá reunir-se o mais breve possível. CQ/JM