Telavive - Quatro soldados israelitas foram mortos e outros seis ficaram feridos segunda-feira numa explosão num edifício no sul da Faixa de Gaza, informou hoje o Exército israelita, citado pela AFP.
Os quatro soldados pertenciam à brigada Girati e, segundo o The Times of Israel, dois dos mortos, ambos com 19 anos, estavam em período de treino.
Todos morreram dentro de um prédio cheio de explosivos, na cidade de Rafah, na fronteira com o Egipto.
De acordo com o The Times of Israel, os soldados terão encontrado no prédio a entrada de um túnel que acreditavam ser a casa de um combatente do Hamas.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 299 soldados israelitas foram mortos no enclave palestiniano.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de Outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 36.500 mortos e 82.000 feridos segundo o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.
Calcula-se ainda que 10 mil palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas, o número mais elevado alguma vez registado pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Entretanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que o ataque teve como alvo dois edifícios no interior do complexo onde operava uma unidade do Hezbollah encarregada do tráfico de armas de e para o Líbano.
Israel também confirmou ter atacado o que chamou de "alvos terroristas" nos arredores da cidade de Aitaroun, no sul do país.
"Os ataques ocorreram em resposta à destruição de um drone do exército israelita que operava nos céus do Líbano" na segunda-feira, disse um comunicado militar.
O ataque causou a morte de cinco pessoas, incluindo três sírios que trabalhavam com o Hezbollah, disse a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O director da ONG, Rami Abdel Rahmane, disse à agência de notícias France-Presse que o ataque atingiu uma caravana camiões-cisterna que transportavam combustível da Síria para o Líbano.
A organização, sediada no Reino Unido mas que conta com uma vasta rede de fontes na Síria, acrescentou que outras cinco pessoas ficaram feridas e que duas pessoas continuam desaparecidas.
O Hezbollah anunciou segunda-feira ter abatido um drone israelita Hermes "equipado com mísseis que se preparava para efectuar ataques" sobre o Líbano, o quinto desde Fevereiro.
A resposta do movimento islamita libanês surgiu a meio da tarde, num ataque com dois drones que caíram a norte das Colinas de Golã, provocando um incêndio nas proximidades da comunidade de Sha'al.
A fronteira entre Israel e o Líbano tem sido palco de uma escalada de violência, que já causou 482 mortos, desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 08 de Outubro, algo que suscitou receios de uma guerra aberta.
"Estamos preparados para uma acção muito forte no norte", ameaçou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na semana passada, durante uma visita às tropas destacadas para a fronteira com o Líbano. GAR