Wellington – A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, anunciou, esta quinta-feira, que se iria demitir do cargo de primeira-ministra, numa declaração que chocou os líderes do seu partido.
Numa reunião do grupo parlamentar do Partido Trabalhista, citada pelo The Guardian, Ardern admitiu que "já não tem energia que chegue" para continuar no cargo, que desempenha desde 2017.
"Está na altura. Vou sair porque acredito que um cargo tão privilegiado vem com responsabilidade. A responsabilidade de saber que se é a pessoa certa para liderar e também quando não se é. Sei o que este trabalho envolve. E sei que não tenho mais combustível para lhe fazer justiça. É tão simples quanto isso", afirmou a política progressista.
A líder neozelandesa disse que terminará o seu mandato o mais tardar a 7 de Fevereiro, tendo sido reeleita há menos de dois anos com uma maioria absoluta. Quando foi eleita em 2017, tornou-se na mulher mais nova a assumir o cargo de primeira-ministra, aos 37 anos.
Ardern governou durante dois dos períodos mais tumultuosos da história recente da Nova Zelândia, tendo sido a líder responsável por abolir a venda e posse de armas de fogo depois do massacre islamofóbico numa mesquita em Christchurch, em 2019.
Jacinda Ardern liderou também a resposta do país na Oceânia contra a Covid-19, que aproveitou o seu isolamento natural para se ver livre da pandemia no espaço de meses.
A líder do país protagonizou também um momento algo histórico em 2018, ao tornar-se das poucas chefes de Governo mundiais a darem à luz a uma criança enquanto estavam à frente de um executivo.