Bruxelas - O Parlamento Europeu (PE) advertiu hoje que o Governo húngaro está a "ameaçar os valores" do bloco comunitário, assim como as instituições e credibilidade dos 27.
De acordo com uma resolução aprovada com 345 votos a favor, 104 contra e 29 abstenções, os eurodeputados "expressam preocupação sobre a crescente erosão da democracia, o Estado de direito e os direitos fundamentais na Hungria, em particular com a recente adopção de um pacote intitulado 'protecção da soberania nacional'".
"Arrependido com o falhanço do Conselho em aplicar o Artigo 7.º (dos tratados da União Europeia (UE)), o Parlamento pede ao Conselho Europeu que determine se a Hungria cometeu 'quebras graves e persistentes dos valores da UE' ao abrigo do procedimento mais direito do Artigo 7.º", dá conta a resolução, que apontam que o executivo de Viktor Orbán está "ameaçar os valores da UE".
Os eurodeputados também condenaram decisões do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, como o bloqueio do quadro financeiro plurianual que acabou por impedir a aprovação de 50 mil milhões de euros entre este ano e 2027 para apoiar a Ucrânia com consistência.
Orbán é crítico, desde o início da invasão russa, em 24 de Fevereiro de 2022, da maneira como a União Europeia está a apoiar o país invadido.
No final de 2023, considerou que a estratégia da UE "falhou" e deu como perdida a guerra para a Ucrânia, acrescentando que o apoio a Kiev não estava alinhado com os interesses de Budapeste.
O primeiro-ministro húngaro também foi o primeiro líder de um país europeu a encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, depois da invasão em larga escala da Ucrânia, parecendo inabalável à onda de críticas, incluindo de outros líderes da UE que se seguiu ao encontro.
Internamente, Orbán foi criticado pelas decisões implementadas pelo seu Governo, nomeadamente, uma lei de denunciantes e a perseguição de pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Na quarta-feira, durante um debate no Parlamento Europeu, na semana em que a sessão se realiza em Estrasburgo (França), os líderes dos grupos políticos disseram que Orbán está a "chantagear" o resto da UE. AM/JM