O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assegurou hoje que vai continuar a luta pelo direito ao aborto no país, revogado em junho pelo Supremo Tribunal, notícia a agência EFE.
Em junho do ano passado o Supremo Tribunal dos EUA, que conta actualmente com uma ampla maioria conservadora, viria a anular esta decisão e a deixar nas mãos de cada Estado as políticas relativas ao aborto.
O país fragmentou-se de imediato em diferentes zonas, com 18 estados, principalmente no sul, a proibirem quase completamente o aborto, enquanto outros estados ainda estão a travar batalhas legais.
No discurso de hoje, Joe Biden disse temer que esta decisão do Supremo se torne numa espécie de "caixa de Pandora", abrindo a porta a que num futuro "se ponham em causa nos tribunais outras liberdades fundamentais como o acesso a anticonceptivos ou a casar-se com quem se ama".
Nesse sentido, o Presidente democrata defendeu que a única maneira de assegurar o direito à escolha é o Congresso inscrevê-lo na Constituição.
A revogação do direito ao aborto foi possível porque o ex-Presidente Donald Trump, que governou de 2017 a 2021, conseguiu colocar três magistrados conservadores na mais alta instância judicial dos EUA e reforçou a maioria de direita que já existia naquela instância.
Na quinta-feira o Supremo Tribunal dos EUA deu conta de que ainda não foi determinada a origem da fuga de informação sobre a a opinião da instituição em relação à anulação dos direitos relacionados com o aborto, mas que prossegue a investigação