Díli - O Presidente timorense congratulou hoje o Presidente eleito, José Ramos-Horta, pela vitória nas eleições, numa declaração em que disse sentir orgulho de ter sido chefe de Estado e garantiu que a sua vida política não terminou.
“Sinto orgulho de ter sido Presidente da República e de ter cumprido o meu mandato durante cinco anos, numa situação difícil, que conseguimos ultrapassar. Como cidadão a minha vida política não termina", afirmou Francisco Guterres Lú-Olo numa curta conferência de imprensa.
Francisco Guterres Lú-Olo falava numa conferência de imprensa alargada em que participaram, entre outros, o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, e responsáveis dos partidos Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e Os Verdes.
"O resultado provisório da segunda volta das eleições presidenciais confirma que José Ramos-Horta foi eleito Presidente da República para o período 2022 e 2027. Esta é a vontade do povo expressa no boletim de voto, um direito político e democrático garantido na constituição", afirmou.
"Parabéns ao doutor José Ramos-Horta, Presidente eleito. Confio que cooperará com o Parlamento Nacional, oitavo Governo e Tribunal de Recurso. Parabéns ao povo de Timor-Leste, aos meus compatriotas pelo ambiente de paz, tranquilidade e estabilidade durante o tempo da campanha e da eleição", afirmou.
Na segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, na terça-feira, José Ramos-Horta foi eleito Presidente, com 62,09% dos votos, derrotando o actual chefe de Estado timorense, Francisco Guterres Lú-Olo, segundo resultados finais provisórios.
José Ramos-Horta irá tomar posse, pela segunda vez, a 20 de Maio, data em que Timor-Leste celebra 20 anos da restauração da independência.
Lú-Olo, que já parabenizou diretamente José Ramos-Horta, agradeceu o apoio "incondicional" dado pelo seu partido, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) durante todas as eleições e o apoio adicional dos partidos com quem a força política partilha o Governo, o Partido Libertação Popular (PLP) de Taur Matan Ruak e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), de José Naimori, representado hoje por outro responsável do partido.
Questionado sobre se o resultado eleitoral suscita questões sobre a força da plataforma do Governo, Lú-Olo disse à Lusa que cabe aos três partidos "analisar as perspectivas e falhas e demais avaliações sobre a situação e esta eleição".
"Continuo a reafirmar o apoio incondicional dos partidos políticos que estão aqui representados pelos seus responsáveis", disse, contudo.
"Julgo que a eleição no terreno pode-se contar com muitas dinâmicas e isso traduz a liberdade de os cidadãos fazerem a sua escolha", considerou.
Numa curta declaração à Lusa, Taur Matan Ruak, rejeitou que a derrota seja uma avaliação negativa do Governo.
"O Governo tem que acabar o seu mandato em 2023 e estou confiante que isso vai acontecer, independente das ameaças de possível dissolução (do Parlamento) ", afirmou.
"Temos uma maioria que com certeza está sólida", disse ainda.