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Eleitores num dos bairros mais ricos de Paris indecisos

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  • Luanda • Domingo, 24 Abril de 2022 | 15h09
Bandeira da França
Bandeira da França
Divulgação

Paris - Os eleitores do 16.º bairro de Paris, um dos mais ricos da capital francesa, estão indecisos entre a continuação com Macron ou a "viragem" com Le Pen, mas convergem no diagnóstico de um país dividido e "em desespero", segundo o site Notícias ao Minuto.

Na escola primária de Chernoviz, Louis, de 21 anos, acaba de votar, pela primeira vez, nas eleições presidenciais francesas. De boné do Yacht Club of Mónaco, cigarro Marlboro a pender da boca e calças de fato de treino, o jovem diz que, na primeira volta, a 10 de Abril, estava doente e não pode votar.


No entanto, não hesita: se se tivesse deslocado às urnas, teria escolhido o candidato de extrema-direita Eric Zemmour.


"Estava convencido que havia um desequilíbrio e que há verdadeiramente problemas nos subúrbios, e que é preciso ordem. Ele convenceu-me com as suas ideias, trouxe muitos elementos para o debate, trouxe polémica, mas conteúdo também, e achei isso interessante", diz.


Como ele -- que hoje votou em Emmanuel Macron, por considerar que, apesar de Le Pen ser uma boa candidata, está rodeada por "má gente" -- 17,48% dos eleitores do 16.º bairro votaram em Eric Zemmour na primeira volta das eleições presidenciais, colocando-o em segundo lugar -- atrás de Macron --, naquele que foi o melhor resultado do candidato na capital francesa.


Neste bairro, dos mais ricos de Paris, um quarto dos eleitores deixaram-se seduzir, na primeira volta das eleições presidenciais, pela extrema-direita.

Se, em 2017, 58,45% tinham escolhido, na primeira volta, François Fillon, candidato do partido de direita Os Republicanos, e apenas 4,09% tinham votado em Marine Le Pen, este ano o cenário mudou: Le Pen e Zemmour tiveram, juntos, 23,28%, e a candidata dos Republicanos ficou pelos 13,81%.

É precisamente a memória de Fillon que fez com que Maria, de 55 anos, de origem iraniana, tenha votado em Zemmour na primeira volta das eleições: "Ele também tinha um projeto de direita, como o de Fillon em 2017, e era um projeto que, no seu conjunto, fazia sentido".


No entanto, à semelhança de Louis, hoje também decidiu votar em Emmanuel Macron, apesar de o considerar "fraco", "arrogante" e "altivo". Para a quinquagenária, Le Pen não tem "a postura" para ser Presidente francesa, e critica-a por ter querido ser "muito doce" e não ter "atacado" Macron no debate de quarta-feira passada.


Acompanhado pela mulher e transportando o neto num carrinho de bebé, Gérard, de 68 anos, discorda. Caracterizando-se como um eleitor "moderado, de centro-direita", que há duas semanas votou na candidata dos Republicanos, Valérie Pécresse, hoje escolheu Marine Le Pen.


"Não sei se terá a capacidade para levantar a França, mas a Marine Le Pen tem, pelo menos, ideias novas, que vai ter de adaptar e de moderar de acordo com a Constituição e com funcionamento do país. (...) Mereceu a minha confiança, mas sob vigilância", refere Gérard.


Eleitores como Gérard assustam Fatmah, de 46 anos, que sai da escola de Chernoviz com a suspeita de que, hoje à noite, irá deparar-se com a imagem de Marine Le Pen quando a cara do novo Presidente aparecer, às 20:00 (19:00 de Lisboa), nos canais televisivos.


"Tenho mesmo muito medo, a sério. Acho que isto vai virar. Vai ser o grande caos: suspeito que começará a haver manifestações muito violentas, e vai perturbar o funcionamento da Assembleia Nacional, porque ninguém vai querer ficar associado à extrema-direita", sublinha.


Hélène, de 18 anos, também converge no diagnóstico de Fatmah: algumas pessoas estão "desesperadas" e "infelizmente, desta vez, Marine Le Pen tem hipóteses de passar".


Na primeira vez que vota em eleições, a jovem escolheu Emmanuel Macron, e refere que, se a candidata de extrema-direita for eleita, é um "grande atentado à fraternidade, que é um dos principais valores da França".


"Seria uma vergonha se um país como a França fosse representado pela extrema-direita. É verdade que as suas ideias podem seduzir algumas pessoas, mas não nos podemos esquecer que continua a ser a extrema-direita. (...) Se deixarmos de poder receber imigrantes em situações de urgência, é um obstáculo ao nosso princípio de fraternidade, e mais vale mudar os valores da França", sublinha.


Contrariando a jovem de 18 anos, Martine, de 72 anos, diz que a "mudança de valores" já está em curso e "o problema é que não está a ser explicada aos franceses".


Qualificando Macron como um Presidente "internacional e não nacional, quando são os franceses que trabalham e pagam os impostos", Marine votou hoje em Le Pen, apesar de ter votado em Pécresse na primeira volta por ser "mais moderada".


"Não tenho medo nenhum que Le Pen entre no Eliseu, porque um chefe de Estado não governa em função do que pensa, mas do que se passa à volta dele. (...) São as circunstâncias externas que fazem a política: há imperadores romanos que sempre quiseram fazer a paz, mas não pararam de fazer a guerra", indica.


Hélène, de 62 anos, não quer ouvir falar de guerra nem de paz. Votou em Macron, o candidato "menos mau", e tudo o que pede para os próximos cinco anos é que o país "encontre alguma paz e que os franceses não estejam constantemente a contestar, mas mais a construir".


Os eleitores franceses são hoje chamados novamente às urnas para escolher o futuro Presidente da França numa segunda volta que, tal como aconteceu em 2017, é disputada pelo centrista Emmanuel Macron e pela líder da extrema-direita Marine Le Pen.


Na primeira volta, realizada a 10 de Abril, Macron, o Presidente cessante, foi o mais votado dos 12 candidatos na corrida, obtendo 27,85% dos votos, seguido de Le Pen, com 23,15%, segundo os resultados oficiais.

 





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