Bruxelas - O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, vai analisar esta semana com os Estados-membros o envio de uma missão de segurança no Mar Vermelho, face a ataques dos rebeldes Huti do Iémen a navios mercantes.
Segundo anunciou hoje na primeira conferência de imprensa do ano da Comissão Europeia o porta-voz para os Negócios Estrangeiros Peter Stano, o processo para a criação da missão será iniciado "esta semana".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros terão de chegar a um acordo sobre o envio da missão e definir o mandato da mesma.
A UE considerou os ataques dos hutis a navios mercantes como "violações inaceitáveis da lei internacional".
Os rebeldes envolveram-se no conflito entre Israel e o Hamas, lançando dezenas de ataques com 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) e mísseis contra navios desde 19 de Novembro, em apoio ao grupo islâmico palestiniano Hamas na guerra na Faixa de Gaza.
Estes ataques, que estão a afectar a navegação nesta importante via marítima para o comércio mundial, levaram ao envio de navios de guerra de vários países e à criação de uma coligação naval liderada pelos EUA no mar Vermelho para combater as acções dos hutis.
O Irão - apoiante dos rebeldes que controlam grande parte do noroeste do Iémen - já anunciou a intenção de enviar também um navio de guerra para o local.
As forças israelitas desencadearam uma vasta operação militar no território palestiniano após um ataque do movimento islamita Hamas no sul de Israel em 07 de Outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos e em que mais de 200 pessoas levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
A ofensiva israelita já matou mais de 21.500 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.
Os responsáveis israelitas têm rejeitado os apelos internacionais para um cessar-fogo, afirmando que tal equivaleria a uma vitória do Hamas, movimento considerado terrorista pelos países ocidentais e que Israel prometeu desmantelar. MOY/JM