Rio de Janeiro - Um avião de pequeno porte com três brasileiros a bordo desapareceu após descolar de El Calafate, na região gelada da Patagônia, no sul da Argentina, no fim da tarde desta quarta-feira, 6.
Os ocupantes, o empresário Antonio Carlos Castro Ramos, o advogado Mário Pinho e o médico Gian Carlos Nercolini, tinham participado de um show aéreo em Comodoro Rivadavia, na Província de Chubut, a 1,7 mil quilómetros de Buenos Aires.
O avião deveria pousar em Trelew, na mesma região, mas não chegou a esse destino.
A Defesa Civil da região mobilizou equipas e as buscas continuavam na manhã desta quinta-feira, 7.
Conforme a Defesa Civil argentina, quando houve a perda de contacto com a aeronave, chovia com bastante intensidade na região, mas isso não chegava a ser impedimento para o voo.
O avião sobrevoava uma região entre o mar e a costa. O último contacto foi registado no Centro de Controlo da Área Comodoro Rivadavia (ACC). Após várias tentativas de comunicação com a tripulação, o órgão comunicou o alerta ao Serviço de Busca e Salvamento.
As buscas foram iniciadas mesmo com condições meteorológicas desfavoráveis pela Prefeitura Naval Argentina, que mobilizou o destacamento marítimo da Guarda Costeira para procurar vestígios no mar.
A Força Aérea Argentina e a Defesa Civil de Chubut mobilizaram aeronaves e equipas para as buscas terrestres.
Interrompidas durante a noite, as buscas foram retomadas na manhã desta quinta-feira. Havia esperança de que, devido à falta de condições ideais de navegabilidade, o avião pudesse ter pousado em alguma pista da região.
Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil brasileira, o avião de prefixo PP-ZRT, modelo RV-10 não estava apto a voar por instrumentos, apenas com o campo visual. A região de Chubut estava em alerta amarelo emitido pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, devido às condições climáticas, com previsão de chuvas fortes combinadas com rajadas de vento. A aeronave, fabricada em 2016, está registrada em nome de Antonio Carlos de Castro Ramos e se encontra em situação normal de operação.
O empresário é dono de uma construtora em Florianópolis (SC). Seu avô, Celso Ramos, foi governador de Santa Catarina entre 1961 e 1966. Familiares disseram que os três ocupantes da aeronave são amigos de longa data, têm seus próprios aviões e são pilotos experientes. A reportagem entrou em contato com a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e aguarda retorno.