Luanda – O contributo do escritor angolano, Uanhenga Xitu, no desenvolvimento da literatura de Angola, foi destacado no segundo simpósio da crítica literária nacional.
O evento culminou com uma homenagem ao escritor Uanhenga Xitu, pseudónimo literário de Agostinho André Mendes de Carvalho, falecido no dia 13 de Fevereiro de 2014, em Luanda.
A homenagem consistiu numa leitura da biografia do Uanhenga Xitu, abordagem da sua obra e a entrega de certificados pela União dos Escritores Angolanos (UEA) aos familiares, numa iniciativa do Círculo de Estudos Literários e Linguísticos Litteragrise (CE3L), no final de semana.
Na ocasião, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela, enfatizou que “Uanhenga Xitu constitui uma figura muito importante para a literatura angolana, principalmente para a nova geração de escritores”.
Por seu turno, o vice-coordenador do CE3L, Agostinho Gonçalves, disse que o escritor é um dos principais rostos da literatura nacional que teve uma crítica vasta, em função da grandiosidade da sua obra.
Enfermeiro de profissão, Uanhenga Xitu exerceu clandestinamente actividades políticas, visando a independência de Angola, tendo sido preso pela polícia colonial "PIDE” durante a luta.
Com a independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975, exerceu as funções de ministro da Saúde, Comissário Provincial de Luanda e embaixador da República Popular de Angola na Alemanha.
Foi deputado à Assembleia Nacional, pela bancada do MPLA, e membro do seu Comité Central até 1998.
Uanhenga Xitu foi membro da União dos Escritores Angolanos. Escreveu as obras "O Meu Discurso”, "Mestre Tamoda”, "Bola com Feitiço”, "Manana”, "Vozes na Sanzala (Kahitu)”, "Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem”, "Os Discursos do Mestre Tamoda”, "O Ministro” e "Cultos Especiais”.
Em 2006 recebeu a distinção do Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de literatura, pela qualidade do conjunto da sua obra literária. AMC/OHA