Talatona – O escritor angolano John Bella afirmou, nesta segunda-feira, em Luanda, que a obra poética de Agostinho Neto, marcada pela resistência e pela denúncia da opressão colonial, exerceu um papel fundamental na consciencialização e união das massas, tornando-se uma arma de combate político e social.
Em declarações à ANGOP, à margem da Mesa Redonda sobre a “Vida e Obra de Agostinho Neto, Poeta e Primeiro Presidente de Angola”, em alusão o 17 de Setembro dia do heroi nacional herói, o escritor destacou como a poesia de Neto foi catalisadora na mobilização do povo angolano para a liderança na luta pela libertação nacional.
“A poesia de Neto não só inspirou, como também ajudou a criar as bases ideológicas que sustentaram a luta de libertação e a construção de um novo país”, disse.
Segundo o escritor, o antigo presidente foi um dos poucos autores que conseguiu levar a política para a arte através dos poemas, muitos deles proféticos, como Içar da Bandeira, de 1960, entre outros.
“A nova geração bebeu muito de Agostinho Neto, a maior parte dos jovens da Brigada da Literatura, nascidos na década de 1980, se inspiraram nele, como Luís Kanjimbu, Conceição Cristóvão, Rosária da Silva, João Mayomona, entre outros grandes nomes da literatura angolana”, acrescentou.
John Bella considerou que, além da poesia, o fundador da Nação foi responsável pela criação de diversas estruturas sociais e políticas para enfrentar a problemática do povo angolano, tanto durante a guerra de libertação quanto nos primeiros anos após a independência.
O evento abordou, igualmente, temas que marcaram o desenvolvimento do país e consolidaram Agostinho Neto como uma figura de referência no continente africano.
Realizado na Administração do Distrito Urbano da Camama, no Município de Talatona, o evento foi enriquecido com um recital de poesia e trova, por jovens artistas que declamaram poemas de Agostinho Neto, Eugénia Neto e de novos autores angolanos.
Agostinho Neto nasceu na Aldeia de Kaxikane, no Ícolo e Bengo.A sua infância e adolescência como estudante em Luanda e Portugal, a vida política em prol do povo de Angola, que o levou várias vezes à prisão, o exercício da sua actividade como médico e a liderança na luta de libertação nacional até a proclamação da independência tornando-se o primeiro presidente na história de Angola.GIZ/MAG