Ramiros - Várias toneladas de produtos agrícolas cultivados no município da Quiçama, em Luanda, estragam no campo por dificuldade de escoamento, devido à falta de transporte e ao mau estado das estradas que ligam as cinco comunas da circunscrição.
A região, um dos nove municípios de Luanda, é fundamentalmente rural e produz, entre outros bens agrícolas, batata-doce, abóbora, múcua, cebola, mamão, jinguba, milho, mandioca e feijão.
Em declarações à ANGOP, a administradora municipal da Quiçama, Maria Mendes Amaro, sem estimar a quantidade de produtos que habitualmente se deteriora no campo, realçou que cerca de 95 por cento das vias que ligam as comunas não têm asfalto e estão degradadas.
Para fazer à situação, Maria Mendes Amaro referiu que têm trabalhado na reabilitação das redes viárias, efectuando terraplanagem.
Por outro lado, disse que estão igualmente focados no apoio ao fomento da actividade agrícola de rendimento e de subsistência, que proporcionam renda às famílias e reduzem os indicie de pobreza.
A administradora sublinhou que em 2021 Quiçama não arrecadou receitas e é o município que menos arrecada. “ Estamos na cauda em relação aos demais municípios da província de Luanda”, lamentou.
Entretanto, o presidente de uma associação de camponeses na comuna do Quixinge, Miguel António, revelou que a degradação das vias da região associada aos preços altos praticados pelos poucos proprietários de viaturas no transporte de mercadorias, têm criado dificuldades aos produtores - situação que está a desencorajar os camponeses.
Apesar disto, caso a situação melhore, a associação aposta no alargamento da área de produção com as culturas de banana, citrinos (limão, laranjas, tangerinas e outras).
O líder associativo, em função das necessidades que enfrentam, a aproveitou a oportunidade para lançar um pedido de meios de produção como tractores, enxadas, moto-serras, limas e sementes diversas.
Fez saber que a associação produziu, na campanha agrícola 2018/2019, seis toneladas de produtos diversos, quantidades consideradas razoáveis pelo responsável, por ser uma cifra que pode ser atingida ou subir, se as condições melhorarem.
Sobre as estradas, nessa altura, esta em curso, há duas semanas, no município da Quiçama, um programa do melhoramento da mobilidade nas comunas, com a reabilitação e terraplanagem da via de acesso às localidades do Dembo-Chio/ Muxima (vice-versa).
Dos 55 quilómetros, que ligam as duas comunas (Demba Chio/Muxima), já foram reabilitados mais de 35, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM).
Neste momento, as únicas estradas esfalfadas e que permitem a circulação em condições, no município, estão entre Muxima/Cabo Ledo, na EN-105 (120 km), e Muxima, na EN-110 (65 km).
Em 2021, foram concebidos 21 projectos do PIIM no município da Quiçama, dos quais 10 em execução e cinco inaugurados. Os outros estão voltados à reabilitação de vias de comunicação rodoviária.
Fazem parte do município da Quiçama, que possui um população estimada em 30 mil habitantes, as comunas da Muxima, Demba-Chio, Mumbondo, Quixinge e Cabo Ledo.