Luanda - A melhoria da informação geológica fornecida pelo Instituto Geológico de Angola, (IGEO) torna suficiente a produção de fertilizantes e abre portas para que o país seja auto-suficiente em matéria de fertilizantes agrícolas, afirmou hoje o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
Ao se tornar auto-suficiente em matéria de fertilizantes agrícolas, continuou o ministro, Angola passa, igualmente, a diversificar e a exportar a produção excedente para o exterior do país, com fins de angariamento de divisas.
Deste modo, precisou o titular da pasta dos recursos minerais, pretende-se contribuir para o desafio da diversificação da economia, lançado pelo Executivo angolano, isto é, criando projectos fora do sector dos petróleos e diamantífero.
O governante, que falava durante o empossamento do novo conselho de administração do Instituto Geológico de Angola, disse que a produção e transformação de fertilizantes para o mercado interno e externo permite Angola impulsionar o sector da agricultura e explorar o vasto potencial agrícola dos solos do país.
"O Executivo da República de Angola, no âmbito da sua estratégia da diversificação da economia nacional, tem vindo a efectuar reformas em vários domínios que visam a promoção de investimentos considerados essenciais para o crescimento económico e bem-estar das nossas populações”, referiu Diamantino Azevedo.
Apontou a presença de terras raras e minerais no processo de produção de fertilizantes como um indicador de que Angola pode sair beneficiada com os trabalhos de mapeamentos investigativos efectuados pelo IGEO, tendo em conta que o país deixa de ser ser um simples fornecedor de matéria-prima.
Entretanto, desafiou os novos membros do conselho de administração do IGEO a continuar a trabalhar de forma a dinâmica para a concretização dos objectivos preconizados, entre os quais a descoberta de novos mapas que priorizem a descoberta de minerais raros para a agricultura e da transição energética.
Afirmou que a meta é continuar a aposta no crescimento da indústria petroquímica e do agronegócio, bem como o desenvolvimento industrial, de forma a proporcionar mais verticalidade, com impacto positivo na melhoria das condições de vida dos angolanos.
Sobre ureia na agricultura
A ureia é um composto químico na forma de cristais brancos que possui maior conteúdo de nitrogénio - 46 por cento solúvel em água, de acordo com informação disponibilizada pelos investidores.
Com a sua utilização, os nitratos não se acumulam na cultura, permitindo um crescimento rápido da massa vegetativa, aumento do rendimento das culturas e do teor de proteína nos grãos de cereais, sendo um fertilizante amigo do ambiente que não acidifica o solo.
Números oficiais indicam que Angola utiliza quantidades de fertilizantes inferiores às recomendadas, empregando, em média, sete quilos por hectare, ao invés de 40 quilos, o que se deve à falta de componente para a produção dessa matéria de adubo.
No início da Campanha Agrícola 2021-2022, em vias de terminar, o Governo ordenou a compra de 55 mil toneladas de fertilizantes do tipo NPK-12-24-12, sulfato de amónio e ureia, empregando 17 mil milhões de kwanzas.
Segundo os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), os agricultores em Angola estariam a consumir 300 mil toneladas de fertilizantes antes do final do século XX, muito acima da média de 50 mil toneladas dos últimos anos.JAM/PPA