Lobito – O Corredor do Lobito representa uma oportunidade ímpar para o sector empresarial privado alavancar os seus negócios, considerou, nesta cidade, a embaixadora da União Europeia (UE) em Angola, Jeannette Seppen.
Segundo a diplomata, que falava à ANGOP a propósito da transferência da concessão dos serviços ferroviários e da logística do Corredor do Lobito a um consórcio privado, o potencial económico deve ser melhor explorado pela classe empresarial.
Jeannette Seppen considera ser, também, necessário investir-se no desenvolvimento do capital humano, bem como criar-se incentivos/projectos para a diversificação da economia em Angola.
Adiantou que a cooperação entre a UE e Angola vai ser reforçada no sentido de ajudar na materialização dessa grande prioridade do Governo, a diversificação da economia, assim como serão reforçados os laços de amizade entre os povos.
“A União Europeia vai continuar a ser um parceiro importante de Angola, apesar dos vários desafios, tanto em termos de investimentos públicos, como de investidores privados”, disse.
Entretanto, o Presidente do Conselho de Administração do grupo Eventos Arena, Bruno Abernaz, considera que a classe empresarial angolana deve estar preparada para os novos desafios que o Corredor do Lobito vai proporcionar.
Bruno Abernaz afirmou que a gestão privada do corredor vai permitir gerar não só negócios, mas também oportunidades de empregos, receitas para o Estado, o que permitirá aliviar o investimento público para manutenção de mais de mil quilómetros de linha férrea, assim como vai beneficiar de forma directa a população ao longo do traçado.
Já o empresário António Manuel Monteiro, um dos maiores produtores de banana na província de Benguela, disse que a exportação desta fruta continua a bom ritmo e com mais probabilidade de crescimento com o corredor em plena operacionalidade.
Segundo António Manuel Monteiro, a Zâmbia é uma grande potência regional na produção de milho e outros cereais, pelo que os benefícios serão colectivos, com mercadorias a circular de um lado para o outro.
O empresário disse que neste momento a província de Benguela exporta a sua banana apenas para Namíbia, mas, com a entrada em cena do Corredor do Lobito, perspectiva-se um aumento na produção.
A cerimónia oficial de transferência da concessão dos serviços ferroviários e da logística de suporte do corredor ao consórcio “Lobito Atlantic Railway”, formado pelas empresas Trafigura da Suíça, a Mota-Engil de Portugal e a Vecturis SA da Bélgica, decorreu na última terça-feira (4) e foi testemunhada pelo Presidente da República, João Lourenço, e seus homólogos das Repúblicas da RDC, Félix Tchisekedi, e da Zâmbia, Akainde Hichilema, respectivamente. CRB