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Belas, Talatona e Quiçama registam baixa captura de peixe

     Economia              
  • Luanda • Segunda, 06 Março de 2023 | 17h47
Peixe miúdo (Foto ilustração)
Peixe miúdo (Foto ilustração)
Luís Catraio

Ramiros - Armadores de pesca artesanal marítima e fluvial dos municípios de Belas, Quiçama e Talatona, em Luanda, registaram, nos primeiros dois meses do ano, a baixa captura de peixe miúdo (cabuenhas) e outras espécies.

Em declarações à Angop, os armadores apontam a escassez, por conta  da pesca ilegal de peixe miúdo, praticada por algumas cooperativas e pescadores individuais, bem como a questões naturais, nomeadamente a mutação lunar e altas temperaturas.

Para o presidente da Cooperativa de Pesca Artesanal Hady Wabo (palavra da língua nacional Kimbundo que significa sofrimento) do bairro do Buraco ( Mussulo), João Francisco, a deficiência na fiscalização faz com que muitos pescadores acabem por capturar o peixe miúdo, que devia ser devolvido ao mar para maturação e manter o ciclo normal de crescimento.

 "A pesca em fase de desova e crescimento é proibida por lei, mas alguns pescadores de determinadas cooperativas insistem em capturar e comercializar este tipo de peixe nas praias e ao longo dos rios Cuanza e Cuerinje”, lamento um pescador dos Ramiros, Janota Guilherme.

Um especialista em pesca marítima, Mendes dos Santos, indicou  que a captura de espécies em desenvolvimento provoca danos à actividade, porque, caso não se respeite a fase da maturação, haverá mais dificuldade em capturar o peixe adulto.

Referiu que a captura de grandes quantidades dessas espécies vai fazer com que diminua o peixe no mar e os pescadores sejam obrigados a capturar mais distante do que no passado e a ter mais custos operacionais.

Por sua vez, o armador Emanuel Gerónimo adiantou que os fiscais devem penalizar pescadores que insistem nesta prática, de maneira a desincentivar este comportamento.

Já o armador Sebastião da Conceição, que opera nas regiões do Buraco/ Barra do Cuanza, afirmou que, nos últimos dois meses, as capturas estão muito baixas, variando de 500 a 700 quilos por semana, quando, no passado, chegavam a cerca de uma tonelada, além de que a pesca está a realizar-se em zonas mais distantes da orla marítima. 

 "Agora chegamos até à zona do Cabo Ledo (Quiçama), porque na nossa região está difícil encontrar peixe”, salienta

ANGOP constatou no mercado do Bairro do Buraco que, dada a fraca captura de pescado, o preço do peixe subiu ligeiramente, pelo que cinco tábuas de peixe seco, com pelo menos, dois quilogramas, em Janeiro custava dois mil e 500 kwanzas, agora  está entre sete a sete mil e 500 kwanzas.

Igual quantidade de bacalhau é consumido a dez mil kwanzas, contra os anteriores sete mil kwanzas.  

De recordar que as autoridades nos municípios de Belas e da Quiçama  lançaram  em Fevereiro uma campanha de sensibilização e proibição da captura de peixe miúdo.

A campanha denominada “Cabuenha”, com termino indeterminado, está a ser dirigida às comunidades de pesca artesanal e é executado por uma equipa multissectorial composta por elementos da Polícia Fiscal, Capitania do Porto de Luanda e da direcção local da Agricultura e Pescas. JG/AC





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