Luanda – Pela primeira vez na história do futebol interno, o desempenho da selecção nacional nas eliminatórias para uma Taça Africana das Nações (CAN) coloca a máquina calculadora em “mãos alheias”.
Enquadrada no Grupo F, Angola recebe o Ghana, às 20 horas desta sexta-feira, no estádio 11 de Novembro, para a 5.ª jornada qualificativa ao CAN`2025, em Marrocos, colocando pressão aos oponentes uma vez apurada antecipadamente.
Com 12 pontos e números inéditos: quatro jogos e igual número de vitórias, ou seja, em dois confrontos por disputar os “Palancas Negras” estão invictos e suplantam na corrida os “black stars”, oponente de outra “galáxia”.
A diferença entre estes adversários de logo à noite fica clara quer no Ranking da FIFA, quer no da CAF. No primeiro, Angola ocupa o 82º posto, e no segundo o 18º, contra o 73º e 12º do Ghana.
No entanto, estes números estatísticos que demonstram maior competência da selecção do Golfo da Guiné, na África Ocidental, não têm sido traduzidos em campo e o "outsider" Angola tem-se revelado surpreendente.
Agora mesmo, na primeira volta da presente eliminatória, o combinado nacional foi à cidade de Kumasi desfeitear o anfitrião por 1-0, com golo de Milson, remetendo os angolanos a prognósticos de nova vitória hoje no 11 de Novembro.
O Ghana está em Luanda com um registo muito modesto: dois empates e duas derrotas, além dos problemas de balneários e no departamento médico, que afastaram estrelas como Iñaki Williams (Athletic de Bilbao) e Lamptey (Brighton).
Na classificação, o Sudão aparece na segunda posição, com sete pontos. O Ghana, com dois, ocupa a terceira posição e o Níger em último, com um.
Trata-se do décimo jogo entre Angola e Ghana e o quarto da Selecção Nacional sob a orientação do técnico do português, Pedro Gonçalves.
Na última partida entre ambas selecções os “Palancas Negras” venceram, por 1-0, no Estádio Baba Yara, em Kumasi, com golo de Milson (90+3´), no dia 5 de Setembro deste ano.
No historial, Angola procura a terceira vitória diante do Ghana, após vencer em 1998 (1-0) na fase de qualificação para o africano do Burkina Faso. O golo solitário foi apontado por Akwá, aos 23 minutos, há 27 anos.
Já os ghanenses somam quatro vitórias, num amistoso em 1980 (2-1), na qualificação ao CAN do Burkina Faso, em 1998 (2-1), no CAN Orange Angola, em 2010 (1-0), e em 2023 (1-0), para o apuramento ao CAN da Côte d’Ivoire.
Regista-se três empates, designadamente, 1-1 no desafio particular de 2004, 0-0 em Março de 2023 e 1-1 na fase de qualificação para a prova continental em Janeiro do presente ano, na Côte d´Ivoire.
Ambas formações marcaram entre si um total de 14 golos, dos quais cinco para os Palancas Negras e nove para os Black Stars.
Dos jogadores angolanos que evoluem nas grandes ligas europeias, figuram Milson (Crvena Zvezda da Sérvia), Zito Luvumbo (Cagliari de Itália), David Carmo (Olympiacos da Grécia), M´Bala Nzola (Lens de França), Randy Nteka (Rayo Vallecano de Espanha) e Kialonda Gaspar (Lecce da Itália).
Do lado ghanês, constam Jordan Ayew, Issahaku Fatawu (Leicester City da Inglaterra), Thomas Partey (Arsenal de Inglaterra), Ibrahim Sulemana (Atalanta de Itália) e Mohammed Salisu (Mónaco de França).
Eis os convocados:
Guarda-redes: Neblu, Jorge Miguel “Rui” e Ricard e Agostinho Calunga.
Defesas: Tó Carneiro, Bastos Quissanga, Jonathan Buatu, Clinton da Mata, David Carmo, Jordy Gaspar, Kialonda Gaspar, Núrio Fortuna, Hossi e Pedro Bondo.
Médios: Aldair Ferreira, Fredy, Maestro, Domingos Andrade, Show e Randy Nteka.
Avançados: Zine, Mabululu, Gilberto “Gibelé”, Milson, Chico Banza, M´Bala Nzola e Zito Luvumbo. IN/MC
