Gabela – Cerca de 10 milhões de mudas de café estão disponíveis, por via do projecto Mukafe, para apoiar mil e 200 produtores na província do Cuanza Sul, no âmbito do melhoramento do desempenho e crescimento da cadeia de valores da cafeicultura no país.
A informação foi avançadaeste sábado (10) pelo coordenador do projecto Mukafe, José Mahinga, à margem de uma formação sobre “o reforço da inclusão económica de mulheres líderes na cadeia de valor do café”.
De acordo com o coordenador, numa primeira fase estão disponíveis 10 milhões de mudas, das 15 milhões previstas, das quais 600 para beneficiários do Amboím e igual número para o Libolo, ambas no Cuanza Sul, bem como às províncias do Uíge e Cuanza Norte, que produzam numa área de dois hectares e meio cada.
“No Cuanza Sul, pretendemos apoiar, de forma directa, actuando na cadeia de valor do café, através do fortalecimento das cooperativas e associações de produtores, treinamentos, qualidades, processamento e lavagem, com vista a contribuir para a qualidade do café em Angola”, disse.
Outra acção a ser desenvolvida na região, de acordo com a fonte, prende-se com a renovação da plantação do café, através da produção massiva de mudas e identificação do nicho de mercados do café que vai ser produzido com qualidade.
“A nossa finalidade é produzir com qualidade, usando argumentos técnicos, providenciar serviços que concorrem para a produção do café por meio dos extensionistas, empresas privadas, fornecer mudas generativas (sementes) e vegetativas( estacas retiradas de plantas), tecnologia e conhecimento, com o foco para a importação”, rematou.
O café no mercado nacional custa entre 1.200 e 1500 Kwanzas, enquanto no mercado internacional, o café arábica está cotado em cinco dólares por quilograma e o café robusta 3.2 dólares por quilograma.
O projecto Mukafe, que iniciou em 2023, conta com um financiamento de oito milhões de Euros da União Europeia com um prazo de execução de cinco anos e está a ser executado nas províncias do Cuanza Sul, Cuanza Norte e Uíge.
O Mukafe tem como componente “o reforço do Instituto Nacional do Café e prestação de serviço dos produtores do café”, “a melhoria da produção e o reforço das capacidades dos produtores dos jovens e mulheres”.
“A implementação dos princípios de gestão da qualidade”, “a rastreabilidade e certificação do café”, “o desenvolvimento de um sistema de informação do mercado (SIM) ao longo da cadeia de valor” e “a promoção da qualidade do café e facilitação das exportações” fazem parte dos componentes do projecto.
Sobre a formação, que começou quinta-feira e termina hoje, os beneficiários do projecto aprimoraram conhecimentos sobre “os princípios gerais de rastreabilidade, qualidade e produção de cafés especiais” , “ princípios gerais de colheita, secagem e armazenamento do café”.
Constaram também da formação “a selecção de plantas mãe e preparação de sementes” , “ educação na perspectiva de género/ reforço da inclusão econômica das mulheres líderes da cadeia de valor do café e as necessidades financeiras”. Lc/SC