Lubango - Trinta e cinco técnicos e estudantes de agronomia das províncias da Huíla, Benguela, Huambo e Luanda participam, até sexta-feira, 13, de um curso prático sobre técnicas de agricultura de precisão, a fim de munir os formandos de maior capacidade de gestão dos campos agrícolas.
A iniciativa do Instituto Superior politécnico da Huíla, da Universidade Mandume ya Ndemufayo (UMN) em parceria com empresa Jardins da Yoba e a Universidade de Évora (Portugal) e visa formar os participantes em tecnologia e inovação voltada à agricultura.
O curso visa ainda capacitar os profissionais de diversas áreas, desde agrónomos, engenheiros e gestores agrícolas em técnicas e tecnologias de agricultura de precisão e promover o uso de tecnologias inovadoras na agricultura angolana para aumentar a eficiência e sustentabilidade no sector.
Fomentar o desenvolvimento de habilidades práticas e teóricas que permitam a aplicação imediata dos conhecimentos adquiridos, bem como facilitar a troca de experiência e conhecimento entre profissionais de diferentes áreas são outras finalidades do curso.
A acção formativa está a debater entre outros temas, o enquadramento das relação solo-água-planta em Angola, o uso e calibração de distribuidores de adubo e pulverizadores, a condução automática de tractores e drones na agricultura de monitoramento e deteção de anomalias.
Ao falar do assunto, o director do Instituto Superior Politécnico da Huíla, Rodrigues de Oliveira Major, afirmou que a agricultura de precisão é um dos caminhos mais promissores para enfrentar os desafios do sector agrícola, oferecendo soluções inovadoras que optimizaram o uso de recursos e aumenta a produtividade, contribuindo para a preservação ambiental.
Reforçou que a referida agricultura dá a capacidade de monitorar cada detalhe das operações agrícolas desde o uso de insumos até a gestão da água e dos solos que resulta em uma produção mais eficiente e sustentável.
Já o director dos Jardins da Yoba, João Saraiva, disse que “Angola é um país jovem” com muito potencial e para ser devidamente aproveitado deve-se primar pelo conhecimento e acredita ser este a “chave” para o desenvolvimento.
Destacou o alinhamento entre as universidades locais, a capacidade de cooperação com outras do mundo e empresas, como um factor salutar para desenvolver a agricultura no país.
“As características climáticas da Huíla hoje que tem muito a ver com os desafios da agricultura mediterrânea, do que com a tropical e a Universidade de Évora, é uma das instituições para a excelência naquilo que são as investigações para os desafios tecnológicos colocados como a gestão da água, resiliência das culturas, a implementação de sistemas regenerativos, entre outros”, avançou.
O docente da Universidade de Évora, José Rafael, afirmou que Angola tem um potencial imenso no que se refere a agricultura, um capital humano grande, principalmente os jovens que devem ser incentivados a fazerem agricultura porque as novas tecnologias, que estimulam a juventude a enveredar por este campo.
Frisou que Angola tem a oportunidade de ter uma informação relevante do ponto de vista mundial, uma base de dados da agência espacial europeia, a desenvolver trabalhos com a agência espacial angolana para ter esse tipo de informação e não há nenhum país forte no mundo que não aposte na agricultura. EM/MS