N’Djamena - O Ministério Público do Tchad anunciou que as pessoas detidas em N'Djamena, capital do Tchad, durante uma manifestação em Outubro, foram esta segunda-feira condenadas a dois e três anos de prisão num julgamento colectivo à porta fechada.
Na mesma manifestação foram mortas a tiro 50 pessoas.
Cerca de 80 pessoas, das 401 pessoas julgadas, receberam penas de prisão suspensas e 59 foram absolvidas, disse à imprensa o procurador de N'Djamena, Moussa, Wade Djibrine.
O julgamento em massa ocorreu no meio do deserto, a 600 quilômetros da capital, numa prisão de alta segurança, em Koro Toro, um procedimento de expatriação "ilegal", segundo os advogados que decidiram não comparecer no acto.
Os detidos foram acusados de "violência e agressão", "destruição de propriedade" e "perturbações da ordem pública".
O acto decorreu durante quatro dias e terminou na sexta-feira, mas apenas a televisão estatal teve direito a assistir e o procurador não tornou público o acórdão, três dias depois, quando regressou à capital.
A 20 de Outubro de 2022, cerca de cinquenta pessoas, a grande maioria jovens manifestantes foram mortos a tiro em N'Djamena e em outros lugares, quando a polícia abriu fogo perante uma pequena tentativa de concentração.
Os manifestantes respondiam ao apelo da oposição contra a extensão de dois anos no poder do general Mahamat Idriss Déby Itno, proclamado chefe de Estado pelos militares em 20 de Abril de 2021 após o anúncio da morte do seu pai, o presidente Idriss Déby Itno, morto em combate por rebeldes, depois de governar o Tchad durante 30 anos.