Praia - O presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, inicia hoje a sua primeira visita oficial à Guiné-Bissau no âmbito das "relações históricas, de fraternidade e culturais" que unem os dois países para o reforço da cooperação bilateral, anuncia a Lusa.
A visita tem início com um encontro com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, seguida de uma declaração conjunta à imprensa, estando também previsto, segundo o programa, a realização de um jantar oficial.
No sábado, José Maria Neves realiza uma visita à Fortaleza da Amura, onde vai colocar uma coroa de flores nos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo "Nino" Vieira, seguindo para a Escola Nacional de Administração para proferir uma conferência dedicada ao tema "Desafios dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento".
O Presidente de Cabo Verde reúne-se também no sábado com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, e com a comunidade cabo-verdiana residente em Bissau.
Já no domingo, o chefe de Estado guineense realiza uma visita a uma fábrica de processamento de castanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau, e tem encontros com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Partido de Renovação Social (PRS) e Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Sobre a visita, a Presidência guineense explicou que visa "reforçar os laços de cooperação e de amizade que alicerçam as relações entre os dois povos e países que juntos trilharam os caminhos para a independência e a soberania".
Guiné-Bissau e Cabo Verde pertencem à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), actualmente presidida por Sissoco Embaló, e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O Presidente cabo-verdiano, que viaja acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, segue na segunda-feira para o Senegal, onde vai participar no Fórum Internacional Dakar Sobre Paz e Segurança em África.
Guiné-Bissau e Cabo Verde lutaram ombro a ombro na luta armada contra o colonialismo português até conquistarem as independências nacionais na década de 70 do século XX.