Kinshasa - O presidente em exercício da União Africana (UA) e chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, exigiu hoje a "libertação imediata e incondicional" das autoridades de transição detidas pelos militares no Mali.
Tshisekedi "tomou conhecimento com consternação da detenção no Mali do presidente de transição, Bah Ndaw, e do seu primeiro-ministro, Moctar Ouané, por parte dos militares", afirmou em comunicado a presidência da RDC.
O presidente em exercício da UA "exige a libertação imediata e incondicional das personalidades detidas, condena energicamente qualquer acção que busque desestabilizar o Mali e pede a moderação a todos os envolvidos".
Detidos na segunda-feira, o presidente e o primeiro-ministro de transição do Mali passaram a noite sob custódia dos militares, num campo do exército nas proximidades de Bamako.
A detenção aconteceu depois da formação de um novo Governo de transição, que não teria convencido os militares, que derrubaram em Agosto de 2020 o presidente eleito democraticamente, Ibrahim Boubacar Keita.
Na mudança, os militares ficaram com os ministérios estratégicos que já controlavam no Governo, mas dois líderes golpistas, o ex-ministro da Defesa, Sadio Camara, e o ex-ministro da Segurança, Modibo Kone, foram excluídos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu na segunda-feira a "libertação incondicional" dos dirigentes malianos, um pedido similar ao da União Europeia, que chamou as detenções de "sequestro".