Djamena - Pelo menos 117 membros do grupo terrorista Boko Haram foram mortos nos últimos três dias no oeste do Tchad, em resposta ao recente atentado atribuído ao grupo que matou cerca de 40 soldados, revelaram hoje fontes militares, segundo a Lusa.
O ataque ocorreu na província ocidental do Lago Tchad, que faz fronteira com os vizinhos Camarões, Níger e Nigéria, onde as forças armadas activaram uma operação de represália pelo ataque de 27 de Outubro, segundo as mesmas fontes citada pela agencia espanhola EFE.
"As forças armadas, sob o comando directo do Presidente Mahamat Idriss Deby Itno, intensificaram os seus esforços para perseguir os responsáveis por este ataque, reforçando assim as medidas de segurança na região", disse o coronel Nour Adoum, que dirige uma unidade do exército na zona do lago.
"Esta operação é um acto de retaliação e um compromisso das autoridades para combater o terrorismo e proteger a soberania do país", disse Adoum, sem dar mais pormenores.
As autoridades militares sublinharam a sua determinação em erradicar os grupos terroristas que ameaçam a estabilidade do Tchad e da região, mas estas operações também causaram um número desconhecido de mortes de civis, de acordo com residentes locais e algumas fontes médicas ouvidas na sexta-feira.
Como parte da resposta aos ataques terroristas, o exército chadiano levou a cabo uma operação na passada quarta-feira, na qual foram mortos pelo menos 65 terroristas, disse à EFE um membro sénior das forças armadas, que quis manter o anonimato.
O ataque ocorreu a 27 de Outubro, quando os terroristas atacaram uma base militar chadiana em Barkaram, uma ilha no lago a oeste da cidade de Ngouboua, matando cerca de 40 soldados.
O Presidente do Tchade comprometeu-se recentemente a intensificar os esforços para erradicar estas ameaças, sublinhando a importância da cooperação internacional na luta contra o terrorismo.
Fazendo fronteira com o Tchad, o Níger, os Camarões e a Nigéria, o Lago Tchad é uma vasta extensão de água com centenas de ilhotas, algumas das quais servem de esconderijo a grupos terroristas como o Boko Haram e a sua ramificação, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP).
Ambos têm por objectivo impor um Estado de tipo islâmico no país, que é predominantemente muçulmano no Norte e predominantemente cristão no Sul.
O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35.000 pessoas e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, o Tchade e o Níger, de acordo com dados do Governo e da ONU.
Em Junho de 2024, o Gabinete Internacional para as Migrações (OIM) contabilizou mais de 220.000 pessoas deslocadas na região do Lago Chade devido a ataques de grupos armados. AM