Maputo – Moçambique considera que a inclusão de jovens, de forma mais abrangente, na agenda de paz e segurança e na sociedade é fundamental para a construção de paz e segurança sustentáveis ao nível dos países, informa a agência de notícias do país AIM.
Discursando terça-feira na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, durante um debate ministerial sobre o “Papel da mulher e juventude na manutenção da paz e segurança”, a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, explicou que “os jovens são o presente e o futuro das nossas nações.”
Por isso, segundo a ministra, nas agendas e políticas nacionais, os Estados membros devem definir como uma das prioridades a participação activa dos jovens na construção da paz e segurança.
“Como todos sabemos, os jovens são a principal força motriz e a face dos conflitos em todo mundo, considerando que estão na linha da frente da luta contra o terrorismo, extremismos entre outras formas de violência contra comunidades e Estados, havendo necessidade de envolvê-los na busca de solução”, disse Macamo, no debate inserido na segunda presidência de Moçambique do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Realçou que os promotores da guerra e terrorismo, com agendas muitas vezes inconfessáveis, como é o caso de Moçambique, têm manipulado os jovens para aderir as suas agendas de destabilização, aproveitado as vulnerabilidades sociais, económicas e educacionais dos mesmos.
“Em reconhecimento do nexo entre a paz e o desenvolvimento, o Governo de Moçambique adoptou uma abordagem holística na luta contra o terrorismo e extremismo violento, que inclui acções de carácter económico e social”, explicou.
Neste contexto, destacou a formação e capacitação de jovens para integrarem o mercado de trabalho e proverem sustento para si e suas famílias, bem como a transformação dos jovens em veículo de promoção de desenvolvimento, através de uma série de iniciativas, ora em curso.
A governante agradeceu aos parceiros de cooperação bilaterais e multilaterais na implantação destas iniciativas que têm facilitado a participação de jovens nos processos de promoção de emprego e desenvolvimento de Moçambique.
Sobre o tema do debate, a ministra disse que este constitui uma oportunidade para os Estados-membros analisarem a contribuição e as conquistas das mulheres e dos Jovens nos processos de tomada de decisão em matérias de paz e segurança, em África e no mundo em geral.
“Estamos reconhecidos a todos os oradores que contribuíram com os seus valiosos conhecimentos e perspectivas em torno do tema do nosso debate. A troca de ideias e informações é fundamental para o aprofundamento do nosso conhecimento e compreensão mútua”, vincou.
Acrescentou que esta constitui uma importante oportunidade para identificarmos as melhores práticas, as lacunas, os desafios e o caminho a seguir para melhorar a participação das mulheres e jovens, nos esforços de prevenção e resolução de conflitos e de promoção da paz e segurança regionais e internacional.
Para Verónica Macamo, a eleição do tema daquele evento é um digno reconhecimento da importância das mulheres e dos jovens como uma força positiva na prevenção e resolução de conflitos e na construção de uma paz sustentável.
Assim, segundo a governante, Moçambique entende que o impacto e a eficiência das políticas e estratégias de paz e segurança, só pode ser alcançado através de uma compreensão profunda das experiências de violência, injustiça e exclusão, tanto em situações de conflito violento como em contextos de desigualdade, insegurança ou incerteza fora dos contextos de conflito vividas por mulheres e jovens.
“Os conhecimentos e experiências que as mulheres e jovens trazem à mesa, bem como as suas potenciais contribuições para a resolução de problemas complexos que os sectores de segurança africanos enfrentam devem orientar as discussões sobre como adoptar uma nova abordagem, que se pretende mais inclusiva, da mulher e da juventude, nas questões tendentes a preservar, conquistar ou consolidar a paz e segurança”, disse. ADR